Título: Mais vagas e menos renda na indústria
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 17/11/2005, Economia & Negócios, p. A19
O nível de emprego industrial subiu 0,6% em setembro, na comparação com o mês anterior. O fim do período de deflação, no entanto, reduziu os ganhos do trabalhador. O valor da folha de pagamento do setor caiu 1,3% na mesma comparação.
Apesar da alta do emprego, as vagas criadas foram insuficientes para superar o total de postos abertos em setembro de 2004: o emprego ficou estagnado nesta comparação. Metade dos ramos industriais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demitiu mais do que contratou.
Fábricas de calçados (-15,7%) e de madeira (-15,0%) foram as que mais cortaram pessoal. Por outro lado, os segmentos de alimentos e bebidas (7,3%) e meios de transporte (6,1%) foram os que mais contrataram. Nove das 14 áreas pesquisadas apresentaram taxas negativas, como Rio Grande do Sul (-9,9%) e região Nordeste (-2,3%), regiões com os piores resultados. Por outro lado, as principais influências positivas vieram de São Paulo (2,7%) e Minas Gerais (3,5%).
No terceiro trimestre, as contratações encolheram 0,3% em relação ao segundo. Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a indústria aumentou em 0,4% o total de empregados.
''Nos indicadores para períodos mais abrangentes, os resultados permaneceram positivos, embora apontando trajetória declinante'', assinala a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário.
O emprego industrial cresceu 1,7% no acumulado do ano, contra 1,9% registrado em agosto; e 2,3% no acumulado nos últimos 12 meses, contra 2,6% no período de um ano encerrado no mês anterior.
A queda de 1,3% na folha de pagamento, descontada a variação de preços, ocorre deposi de expansão de 1,9% entre julho e agosto.
Com o resultado, o crescimento da folha de pagamento no terceiro trimestre em relação a igual período de 2004 desacelerou para 3,9%. No segundo trimestre, o aumento havia sido de 4,2%. A desaceleração foi maior no Rio de Janeiro, onde o salto de 14,6% na folha caiu para alta de 0,3% entre um trimestre e outro.
Nos últimos doze meses, o aumento da renda foi de 5,5%, também inferior ao que apontara a renda em agosto, quando a taxa ficara em 6%.
Nos primeiros nove meses de 2005, a folha de pagamento da indústria cresceu 4% em comparação ao mesmo período de 2004. Houve ampliação na massa salarial em 13 das 18 atividades investigadas. As principais contribuições positivas vieram de alimentos e bebidas (10%), meios de transporte (9,8%) e máquinas e equipamentos (8,1%), enquanto papel e gráfica (-6,6%) e calçados e artigos de couro (-8,0%) representaram as maiores quedas.
Ao contrário do que costuma acontecer nesta época do ano, a variação das horas extras pagas desacelerou para 0,1% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2004. No segundo trimestre houve avanço de 1,6%.