Título: Emprego formal em alta
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 18/11/2005, Economia & Negócios, p. A19

O nível de emprego com carteira assinada cresceu 0,45% em outubro na comparação com setembro, com a geração de 118.175 postos de trabalho, segundo dados divulgados ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O crescimento foi influenciado pelo desempenho do mercado interno e pela expansão do consumo nos meses finais do ano.

A criação de empregos em outubro foi menor que em igual mês do ano passado, quando foram gerados 130.159 postos. No acumulado do ano, houve geração de 1.526.869 postos de trabalho, um crescimento de 6,2%. Nos últimos 12 meses, houve incremento de 5,03%, ou 1.253.798 vagas.

Dos setores que dinamizaram o emprego com carteira assinada em outubro, destaque para serviços, com 57.441 postos, superando os 46.194 de outubro do ano passado.

O comércio vem na seqüência, com 49.046 vagas, crescimento de 0,84% em relação a setembro. Este foi o melhor resultado mensal do ano, associado ao aumento do consumo do final do ano. A indústria de transformação criou 26.338 vagas e a construção civil, 11.070 postos.

O único setor que eliminou postos de trabalho foi o de agropecuária, com 28.746 vagas, representando queda de 1,97%. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comentou que a aftosa poderá causar impacto já nos próximos meses, com a demissão de 2 mil trabalhadores.

- Isso ainda não se refletiu nos números de outubro, mas pode ter repercussão no setor. Se não fizermos nada, poderá ocorrer o desemprego - disse.

No entanto, Marinho reiterou que caso a situação se agrave, o governo poderá tomar medidas para estimular o consumo de carne.

A expectativa do ministério é que sejam criados este ano cerca de 1,250 milhão de empregos com carteira assinada. Com isso, o resultado fecharia abaixo do que está acumulado de janeiro a outubro. Para Marinho, o recuo refletiria um ajuste normal em dezembro.

Segundo ele, a retomada no crescimento do emprego deverá acontecer a partir do segundo trimestre de 2006. Marinho descartou a possibilidade de que as contrações sejam reduzidas por conta das eleições.

- Mesmo sendo ano eleitoral, agrega valor - ressaltou, já que haverá contratações para campanhas.