Título: Petróleo puxa crescimento
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 19/11/2005, Economia & Negócios, p. A19
A indústria do petróleo empurrou os cinco municípios que mais ganharam participação na economia nos últimos quatro anos pesquisados pelo IBGE. Campos dos Goytacazes e Macaé, ambas do Estado do Rio, são as cidades que mais crescem no Brasil e também as que recebem a maior fatia de royalties pagos. E a contribuição só fez crescer, com o aumento da produção de óleo e gás na Bacia de Campos. De 1999 a 2003, Campos mais que dobrou sua participação no PIB, de 0,4% para 1,1%. Macaé triplicou de 0,3% para 0,9%. Paulínia (SP), Camaçari (BA) e Duque de Caxias (RJ), ligados à produção de derivados de petróleo, seguem no ranking dos que mais crescem com peso na economia. Paulínia, com a refinaria Replan, elevou de 0,3% para 0,6% o peso no PIB. Camaçari, impulsionada pela petroquímica, aumentou o percentual de 0,6% para 0,8%. Em Duque de Caxias, onde fica a Reduc, a economia passou a responder por 1% do PIB brasileiro, mais que o 0,8% de quatro anos antes.
Já Manaus (AM), a sexta cidade com maior ganho no PIB, tem sido impulsionada pela indústria de transformação.
Segundo o IBGE, as cidades que sofreram as maiores perdas foram São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS). São Paulo continua sendo a cidade mais rica do país, com 9,4% de toda a economia, mas foi o município que mais perdeu peso no PIB: um ano antes, em 2002, a participação era de 10,4%. O Rio de Janeiro foi o segundo município que mais perdeu participação, de 5,6% para 4,3% em quatro anos. Mesmo assim, a economia carioca é a segunda maior do Brasil.
Outro dado apresentado pelo IBGE é que indústria é a atividade que mais concentra renda em poucos municípios. Em 2003, com apenas nove municípios, chegava-se a 25% do valor adicionado da indústria - em 2002, o percentual era atingido com oito cidades. Em 2003, com 50 municípios, chegava-se à metade do valor adicionado da indústria e 3.004 cidades respondiam por só 1% desse valor.
Os serviços também estão concentrados nas capitais, que responderam por 38,7% do valor adicionado dessa atividade econômica em 2003. Naquele ano, dos 43 municípios que agregavam 50% do valor adicionado dos serviços, 18 eram capitais. (S.L.)