Título: 'JB' ganha prêmio do Unicef
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/11/2005, Rio, p. A13

Os jornalistas Gustavo de Almeida e Waleska Borges ganharam, no sábado, o Prêmio Ibero-americano da Comunicação pelos Direitos da Infância e da Adolescência, concedido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pela série de reportagens Escolas do Medo. As matérias foram publicadas entre os dias 5 e 12 de junho de 2005, na editoria Cidade do Jornal do Brasil, e concorreram com mais de mil trabalhos inscritos na premiação. Escolas do Medo relatou o cotidiano de alunos de escolas do Rio de Janeiro que são identificados com siglas do tráfico, a situação de risco dos professores e de como fica o contexto da educação (veja reportagem abaixo, a primeira da série, publicada no dia 5 de junho passado).

Waleska Borges, que recebeu a premiação na Biblioteca Nacional do Panamá, ressaltou a importância de os jornalistas mostrarem em seus trabalhos a exclusão social sofrida pelas crianças latino-americanas.

- No Rio, uma grande quantidade de crianças é obrigada a viver sob a influência do narcotráfico, sem acesso a direitos básicos de educação e de saúde - declarou Waleska.

Segundo ela, a experiência de disputar esse prêmio a motivará a fazer mais reportagens sobre a infância e seus problemas.

- A desigualdade e a exclusão estão começando a transformar bandidos em heróis. Se um país que precisa de heróis já é infeliz, imagine aquele que precisa de heróis-bandidos? - acrescentou Gustavo: - Escolas do Medo não fala apenas do fascínio exercido pelos traficantes sobre as crianças. Fala de um mundo onde a exclusão leva à inversão de valores. Concorremos com mil trabalhos de todo o mundo e, com árduo esforço de apuração, fizemos o Jornal do Brasil ganhar projeção internacional mais uma vez - comemorou.

Esta foi a 4ª edição do Prêmio Ibero-americano de Comunicação pelos Direitos da Infância e da Adolescência, realizado a cada dois anos. A premiação foi criada em 1998 pelo Unicef e pela agência de notícias EFE para reconhecer o trabalho dos comunicadores em favor da infância e dos adolescentes na América Latina.

A séria Escolas do medo ficou entre as 17 reportagens finalistas - de seis categorias - e concorreu com cerca de mil trabalhos, de 19 países.