Título: Planos recuperam captação
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/11/2005, Economia & Negócios, p. A18

No primeiro semestre do ano, quando foi implementada a nova tabela, a nuvem de dúvidas que se formou empurrou para baixo as captações dos planos de previdência complementar. De acordo com Renato Russo, da Anapp, a queda foi de 8% nos seis primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2004. O pior mês foi fevereiro, quando a captação alcançou apenas R$ 816 milhões, contra R$ 1,044 bilhão no mesmo período do ano passado.

- Houve a demora em divulgar as regras. A lei que estipulou as mudanças saiu no final de 2004, mas a regulamentação dela só veio em abril deste ano. O mercado continuou ruim, pois existiam muitas dúvidas sobre como funcionaria. O prazo para a transição era muito curto, só até 30 de junho. Quando estava próximo do vencimento, conseguimos prorrogar para 31 de dezembro. No segundo semestre tudo se normalizou. Agora, a captação vem superando o segundo semestre de 2004 e deveremos fechar o ano em situação similar ao acumulado do ano passado, mesmo tendo sofrido queda no primeiro semestre - acredita Russo.

As previsões para o fim do ano são otimistas. Segundo dados da Anapp, o mês de dezembro apresenta 100% a mais de volume de captações. Em 2004, as contribuições passaram de R$ 1,17 bilhão em novembro para R$ 2,44 bilhões em dezembro.

- Isso se deve ao 13º salário, às gratificações de fim de ano e ao fato de ser o último mês no exercício tributário do ano, o que leva muita gente a fazer contribuições para arredondar as deduções do IR.

Na semana passada, a Anapp divulgou o balanço dos nove primeiros meses de 2005 das empresas de previdência privada. O volume de reservas técnicas ou provisões da previdência complementar cresceu 26% até setembro, em relação ao acumulado do mesmo período de 2004, atingindo R$ 71 bilhões.

De acordo com a Anapp, em setembro de 2005, ingressaram no sistema de previdência complementar R$ 1,461 bilhão em novos recursos, o que representou uma alta de 6% na comparação com setembro de 2004, quando foi registrada captação de R$ 1,380 bilhão, e de 9% em relação a agosto (R$ 1,612 bilhão).

O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) apresentou o maior crescimento de contribuições, com entrada de R$ 397,4 milhões - alta de 9% na comparação com agosto, quando o ingresso foi R$ 364,8 milhões, e de 34% frente a setembro de 2004, que registrou R$ 297,3 milhões.

Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) detém o maior volume. Foram R$ 872,7 milhões em setembro de 2005 - 14% menos que o das contribuições em agosto (R$ 1 bilhão) - mas 3% superior ao volume de setembro de 2004 (R$ 852,5 milhões). Os planos tradicionais tiveram captação de R$ 187,9 milhões - queda de 17,16% frente a agosto de 2005 (R$ 226,8 milhões), e de 17% em comparação com setembro de 2004 (R$ 226,6 milhões).