Título: Expansão é chave para nota melhor
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Fonte: Jornal do Brasil, 22/11/2005, Economia & Negócios, p. A17

Um dos principais pontos que diferenciam o Brasil de outros países emergentes considerados grau de investimento é a rapidez e a robustez do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o país deverá apresentar uma taxa em torno de 3,5% de expansão este ano, outros deverão crescer acima de 4%, como a Tunísia, e por volta de 5%, como Romênia e Rússia. O Brasil é classificado como BB- e os países com os quais está sendo comparado estão no nível BBB.

Os dados foram apresentados ontem pelo diretor-gerente do Grupo de Ratings de Finanças Públicas Internacionais e de Ratings Soberanos da Standard & Poor's, David Beers. No início deste mês, a agência de classificação de risco elevou a perspectiva do rating soberano brasileiro de estável para positiva, o que indica que é possível conceder ao Brasil uma nota BB. Depois disso, ainda seriam necessárias mais duas elevações para chegar ao grau de investimento.

O economista considera que este patamar pode ser alcançado em cinco anos, caso este e o próximo governo sigam com a política fiscal atual e façam a economia crescer mais rapidamente.

- A melhor coisa a fazer é olhar para os soberanos que tiveram elevação de rating e aprender como fizeram para chegar lá - aconselhou.

O debate que está sendo travado em público pelos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre o nível de superávit primário não preocupa Beers. Para ele, a discussão é normal, principalmente no momento em que se atinge um nível maior do que a meta. Este ano, em nove meses, a economia do governo para pagamento de juros atingiu 6% do PIB, apesar da meta de 4,5%.