Título: Funger bate recorde de empréstimos
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 22/11/2005, Brasília, p. D5

Os empréstimos do Fundo para a Geração de Emprego e Renda do Distrito Federal (Funger) ultrapassaram os R$ 16 milhões até novembro deste ano, contra apenas R$ 600 mil em 2004. Para o secretário de Trabalho, Gim Argello, o sucesso do programa neste ano se deve à restruturação do Funger, feita em maio. - Nós redefinimos as taxas de juro e fizemos uma grande divulgação do Funger junto aos comerciantes. Além disso, assinamos um convênio com todos os sindicatos do DF, para que divulguem o programa a seus associados - explicou.

Foram 2.738 empréstimos, 81% feitos pela primeira vez pelos beneficiários. Os empréstimos encerram no dia 5 de dezembro, mas serão retomados em janeiro do próximo ano.

Pelo Funger, pessoas físicas ou jurídicas podem pegar dinheiro a 1,02% ao mês, para investimento, ou 1,26%, para capital de giro. O limite é de R$ 10 mil reais para pessoas físicas e R$ 20 para jurídicas. O prazo de pagamento é de até 24 meses, com até 6 meses para quitar a primeira parcela. A liberação do dinheiro leva, em média, 15 dias.

Argello atribui parte da diminuição do desemprego no DF - em queda nos últimos 7 meses - ao programa.

- Cada pessoa que pega um empréstimo acaba gerando 2 ou 3 empregos diretos pelo menos. O Funger está ajudando o DF a se desenvolver - garante o secretário, que quer ultrapassar os R$ 50 milhões em empréstimos no ano que vem.

Público - Cabeleireiros, feirantes, donos de carrocinha de cachorro-quente. São os microempresários que o Funger quer atingir. Pessoas como Maria do Socorro Fernandes, que tem uma banca de frutas e verduras na Feira Modelo de Sobradinho. Só este ano, a feirante fez dois empréstimos, no valor de R$ 10 mil cada, para usar como capital de giro.

- Pego o dinheiro para pagar em seis vezes e acabo quitando em três ou quatro. O comércio é imprevisível, prefiro aproveitar o mês que tem dinheiro - explica.

Socorro explica que a vantagem do empréstimo é poder negociar com fornecedores.

- Quando eu vou comprar tomate, por exemplo, se for no cheque, o vendedor me cobra R$ 0,65 a caixa. Se tenho dinheiro para comprar à vista, ele cobra apenas 0,45. Em uma compra grande que eu faço, eu compenso os juros do empréstimo- calcula.

Desde que contraiu os emprétimos, Socorro forrou a banca, construiu um depósito para verduras e contratou três ajudantes para o fim de semana - quando vende até 400 pés de alface.

- A variade de produtos ficou maior. Então tem que botar mais gente para trabalhar - explica a feirante, que fatura até R$ 5 mil por mês.