Título: Presença na CPI dos Bingos marcada para o dia 10
Autor: Daniel Pereira e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 23/11/2005, País, p. A3

Parlamentares da CPI dos Bingos, que antes propunham convocar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a depor, fecharam um acordo com aliados do Planalto para que o ministro compareça de forma espontânea à comissão. Em contrapartida, os governistas prometeram que Palocci assinará um termo de compromisso no qual reconhecerá que suas declarações poderão ser usadas contra ele em qualquer instância do Judiciário. Pelo acerto, Palocci deverá esclarecer denúncias que o envolvem em irregularidades na prefeitura de Ribeirão Preto, com a finalidade de levantar recursos para o caixa dois do PT. O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), informou que a visita de Palocci será realizada em 10 de dezembro.

- Houve uma mudança apenas de nomenclatura, muita confusão por nada. Afinal, o ministro irá depor na CPI - disse Morais.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), afirmou que não havia ''clima'' para uma convocação do ministro, até porque Palocci já havia se colocado à disposição para prestar esclarecimentos.

- O cidadão Palocci, como ministro ou não, tem o dever de comparecer à CPI - disse Virgílio, referindo-se a uma possível saída do ministro do cargo.

O PSDB não quer ser culpado por desestabilizar a economia com uma convocação do ministro. Também teme que a oposição seja apontada como seu algoz.

A CPI dos Bingos ouviu ontem o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Amigo do presidente Lula, ele atribuiu ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares a responsabilidade pelo lançamento ''equivocado'', de uma dívida do presidente com o PT e a orientação para pagamento em dinheiro vivo à tesouraria do partido.

Okamotto não informou o valor nem a data dos saques que teria feito para honrar a dívida de Lula. Ele assumiu o pagamento do débito, mas disse não ter os comprovantes das operações. A dívida de R$ 29,4 mil de Lula foi registrada na prestação de contas do PT de 2003 e consta pagamento em quatro parcelas pagas entre dezembro de 2003 e março de 2004 em nome do próprio presidente. (com agências)