Título: Empresa chama denúncias de ''levianas''
Autor: Hugo Marques
Fonte: Jornal do Brasil, 23/11/2005, País, p. A4

A empresa aérea Skymaster divulgou nota ontem contestando todas as conclusões da sub-relatoria de contratos da CPI dos Correios. Na nota, os assessores da empresa reclamam que a Skymaster é submetida a um ''linchamento público'' pela CPI.

A empresa informa que vai recorrer aos foros jurídicos competentes para a ''reposição da verdade''. A Skymaster nega ''terminantemente'' o superfaturamento e a manipulação de contratos, concorrência desleal e conluio, crimes pelos quais foi acusada no relatório parcial da CPI.

Na nota, a Skymaster sustenta que os relatórios da Controladoria Geral da União (CGU) sobre os contratos da empresa - que embasaram as conclusões da CPI - ''contêm erros grosseiros'' e que jamais deu ou ofereceu propinas. Um dos pontos contestados do relatório da CPI é o valor de arrendamento de aviões, 10 vezes acima do valor de mercado. A nota chama de ''ridículo'' o preço de leasing de aviões Boeing 707 apurado pela CPI e ironiza dizendo que, se o valor for este, ''arrendará todos''.

A Skymaster, no entanto, terá de apresentar explicações também à Justiça. Muitas remessas que a empresa alega ter feito para o exterior caíram nas contas dos diretores da empresa, segundo quebra de sigilo bancário. Entre os pagamentos feitos à arrendatária Forcefield, aparecem como beneficiários os sócios da própria Skymaster, João Marcos Pozetti, Américo Poietti e Hugo César Gonçalves, entre outros.

O diretor da empresa Beta, Antônio Augusto Conceição Morato Leite Filho, informou por nota que na época que esteve à frente da empresa seguiu as regras estabelecidas pelos editais de licitação. Ele garantiu que o acordo operacional feito com a Skymaster foi registrado em cartório e era uma alternatia para atender às exigências da Rede Postal Noturna. ''Nenhuma empresa de carga aérea, isoladamente, tinha condição de cumprir tais exigências'', diz Antônio Augusto.