Título: Superfaxina consegue retirar 40 toneladas de lixo do Lago Paranoá
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 14/11/2005, Brasília, p. D1

Todo final de semana a servidora pública Ivoneide Souza Machado, 30 anos, passeia de barco com a família no Lago Paranoá. Preocupada com a preservação ambiental, ela enfatiza que a população do Distrito Federal precisa se conscientizar da importância do espelho d'água. - Quem costuma andar de lancha e jetski não joga lixo no lago. Tem sempre um saquinho por perto. A sujeira se concentra mais na altura da 2ª ponte, onde fica a maioria dos clubes. Ali, a gente encontra muitos cacos de vidro e pneus. - contou Ivoneide, moradora do Lago Norte.

Realmente os freqüentadores de clubes jogam lixo no lago, mas a maior parte da sujeira - 21 toneladas - retirada pelo mutirão de limpeza que se encerrou ontem foi encontrada nas proximidades da Ponte do Bragueto, onde o Lago recebe afluentes que vêm da região norte do DF. O projeto Vamos abraçar o lago, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), retirou, de 7 a 12 deste mês, 40 toneladas de lixo e 161 toneladas de terra do Lago Paranoá.

- O governo não está preocupado só com a sujeira. A população precisa ter educação ambiental. A pesca, por exemplo, é liberada, mas as pessoas estão fazendo mau uso do lago, como piqueniques, deixando lixo no local - frisou o secretário de Meio Ambiente, Antônio Gomes.

A coleta de lixo e entulho foi feita em sete pontos diferentes: Ponte do Bragueto, Piscinão do Lago Norte, Centro Olímpico da Universidade de Brasília, Prainha do Lago Sul, Parque Área dos Bosques (ao lado do Pontão do Lago Sul), conjunto 0 da QI 12 do Lago Sul e Parque Dom Bosco.

O mutirão de limpeza encontrou pneus, garrafas de plástico, placas de trânsito, pedaços de embarcações, tanque de lavar roupa e até um sofá. Para dar conta de tanta sujeira, 40 homens trabalharam todos os dias, pelo período de 8 horas, com 25 carrinhos de mão e duas pás mecânicas.

- O lixo coletado será serparado. O material que puder ser aproveitado vai para a reciclagem e o restante vai para o aterro sanitário - explicou o subsecretário de Recursos Hídricos da Semarh, Pedro Celso Antonieto.

Novidade - Pela primeira vez desde que o projeto surgiu, em 2000, a Semarh fez o desassoreamento no lago. A terra e o lixo que foram se acumulando nas margens acabaram estreitando o espelho d'água. Um estudo realizado pela secretaria mostrou que, nos últimos 40 anos, o lago diminuiu 2,3 quilômetros quadrados, o equivalente a 23 campos de futebol, por causa da poluição.

- No ano passado, fizemos apenas a limpeza na Ponte do Bragueto. Por causa do período chuvoso, só retiramos oito toneladas de lixo - informou Antônio Gomes.

O secretário reconhece que a fiscalização na orla é insuficiente, devido a sua extensão. Segundo ele, o lago tem o perímetro de 112 quilômetros e um comprimento máximo de 40 km. A profundidade, no entanto, varia de 12 a 38 metros. O Batalhão da Polícia Ambiental é responsável pelo local.

Além de ser um dos principais pontos turísticos de Brasília e uma atraente opção de lazer, o Lago Paronoá é utilizado para gerar energia elétrica, diluir e transportar esgotos pelas duas estações de tratamento da Companhia de Saneamento do DF (Caesb). Qualquer pessoa pode ligar para Ouvidoria Ambiental e de Recursos Hídricos e fazer uma denúncia. O telefone é 0800-646-1516.