Correio Braziliense, n. 21820, 13/12/2022. Brasil, p. 5

Atos desafiam autoridades de segurança



Os atos praticados pelos extremistas puseram à prova a competência das forças de segurança no Distrito Federal. Nas últimas semanas, a secretaria de Segurança do DF anunciou que colocaria em prática um esquema para garantir a ordem na capital da República durante a diplomação, bem como a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para 1º de janeiro. As cenas de ontem, com depredação de patrimônio público e privado, mostraram, no entanto, que a estratégia precisa ser revista.  

Se a PMDF demorou cerca de duas horas para controlar o vandalismo extremista no centro de Brasília, mais modorrenta foi a reação do Ministério da Justiça, pasta a que está subordinada a Polícia Federal. Segundo informou a CNN Brasil, o titular da pasta, Anderson Torres, jantava em um restaurante da cidade no momento em que bombas e explosões ocorriam nas proximidades do prédio da PF. Torres só foi se pronunciar por volta de 23h, em uma mensagem curta nas redes sociais.  Disse que a pasta mantinha contato frequente com o Governo do Distrito Federal e decretou: “Tudo será apurado e esclarecido. Situação normalizando no momento”.  

Sucessor de Anderson Torres na Esplanada, o futuro ministro da Justiça foi mais veemente. “Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília”, escreveu. “Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, escreveu  Flávio Dino.  

Por volta de 23h40, autoridades de segurança concederam entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil. Aos jornalistas, o ministro indicado Flávio Dino, o futuro diretor-geral da Polícia Federal e chefe da segurança de Lula, Andrei Rodrigues, e o secretário de Segurança do DF, Júlio Danilo, ressaltaram o trabalho conjunto para garantir a segurança do presidente eleito. E garantiram que as cenas de baderna e extremismo no centro da capital federal não ficarão impunes. (Darcianne Diogo, Pedro Ibarra, Talita de Souza, Pedro Grigori, Ândrea Malcher)