Correio Braziliense, n. 21821, 14/12/2022. Política, p. 2

Congresso reage a vandalismo

Taísa Medeiros
Taína Andrade


Deputados e senadores condenaram os atos violentos no centro de Brasília, promovidos por radicais bolsonaristas na segunda-feira. Congressistas destacaram, também, a falta de proatividade na repressão e na identificação dos baderneiros.

“Se fosse professor protestando, se fosse sem terra protestando, certamente teriam algumas dezenas de pessoas já criminalizadas. Teriam dito que elas teriam provocado a polícia. Agora, como tinha gente da extrema direita, dessa milícia civil bolsonarista, que foi e segue sendo organizada pelo presidente derrotado Jair Bolsonaro, com essa fonte de financiamento empresarial que precisa ser identificada e devidamente punida no Brasil, como são eles, nada aconteceu”, criticou a deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP), na tribuna da Câmara.

A parlamentar afirmou que, em 2023, a intenção é de instaurar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para identificar os criadores e financiadores do movimento.

O deputado e membro da equipe de coordenação da transição, Aliel Machado (PV-PR), considerou estranha a falta de eficiência da polícia, com o aparato e tecnologia que possui. “Se não tiver responsabilização, a situação se torna grave, é uma carta de liberdade para fazerem coisas maiores”, alertou.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), por sua vez, tentou descolar bolsonaristas dos atos de vandalismo. Disse acreditar que houve atuação de black blocks infiltrados no grupo de manifestantes. “Eles são mais novos, tampam o rosto, sempre têm uma mochila, camiseta preta e gorro, não é um perfil de bolsonarista, nem da direita. Começaram a se infiltrar e fazer o movimento de baderna”, alegou.

Ele contou que esteve com Bolsonaro na sexta-feira e que o presidente se mostrava conformado com o resultado das eleições.

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