Valor Econômico, v. 20, n. 4968, 26/03/2020. Finanças, p.C3

BNDES unifica composição dos conselhos e número de assentos cai de 45 para 17

Francisco Góes


Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada ontem, via videoconferênca, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definiu novos nomes para os conselhos do Sistema BNDES, formado pelo próprio banco, pela BNDESPar, braço de participações societárias, e pela Finame, financiadora de máquinas e equipamentos.

As indicações se inserem em um conjunto mais amplo de mudanças realizadas na estrutura de governança corporativa do Sistema BNDES, incluindo as três empresas.

Os conselhos de administração das três companhias estatais, sob o guarda-chuva do Sistema BNDES, passam a contar a partir de agora com os mesmos integrantes. Até então a composição dos colegiados não era a mesma. Os conselhos fiscais do sistema BNDES também terão representantes idênticos nas três empresas, apurou o Valor.

Com as novas indicações, saíram os conselheiros Daniel Sigelmann e Carlos Thadeu de Freitas Gomes. E entraram para as duas vagas, respectivamente, João Laudo de Camargo e Heloisa Belotti Bedicks. No conselho fiscal, Danilo Soares Pacheco de Medeiros foi eleito para um cargo de suplente que estava vago.

O número total de assentos dos conselhos de administração e fiscal do Sistema BNDES cai de 45 para 17. Nas três empresas, serão 11 assentos nos respectivos conselhos de administração e seis integrantes nos conselhos fiscais, sendo neste caso três titulares e três suplentes.

O BNDES fez as contas e projetou que a uniformização dos mandatos de conselheiros para as três empresas vai promover uma economia de quase dois terços no potencial de gastos com honorários. Significa, somente em pagamentos, redução de até R$ 2,1 milhões ao ano.

Conselheiros do BNDES que passam a ocupar vagas nos colegiados da BNDESpar e da Finame não vão receber honorários adicionais, além dos que já recebem, disse um interlocutor do banco.

A economia de R$ 2,1 milhões não considera outros custos “intangíveis” que também serão evitados, como a “otimização” de processos internos e despesas com locomoção e estadias, por exemplo.

BNDES, BNDESPar e Finame, cujas linhas são importantes para financiar a indústria, compartilhavam a mesma diretoria e estrutura de pessoal, mas ainda faltava unificar a composição dos conselhos de administração e fiscal nas três empresas do sistema.

Na estrutura antiga havia sobreposição de competências entre colegiados, sendo que, muitas vezes, um mesmo assunto era apresentado aos diferentes colegiados do banco, disse executivo ligado ao banco. E completou: “O banco vai rodar melhor, de forma mais eficiente com essas medidas.”