Título: Campanha contra economia
Autor: Juliana Rocha e Rodrigo Camarão
Fonte: Jornal do Brasil, 28/11/2005, País, p. A3
Em discurso de pré-candidato a presidente, ontem, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) mirou, novamente, na política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que está sob fogo cruzado com as recentes discussões entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda). Garotinho defendeu a candidatura própria do partido e disse que o carro-chefe de sua campanha a presidente será a pregação da redução da taxa básica de juros (Selic) a um patamar que atraia capital produtivo, mas não definiu meta. - Quando a taxa de juros diminui, deixa de ser interessante para os bancos emprestarem dinheiro só para o governo, o que favorece o setor produtivo - avaliou Garotinho ontem, eleição da executiva municipal do PMDB, na Câmara do Rio.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), houve corte de meio ponto percentual da Selic, que está a 18,5% ao ano.
O ex-governador disse ainda que pretende mudar a composição do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN), acrescentado representantes da indústria, do comércio e dos trabalhadores.
- Hoje só temos representantes do sistema financeiro. É um conselho de banqueiros - atacou.
Garotinho reforçou a candidatura própria e comentou apoios a seu nome, depois que o Jornal do Brasil anunciou que interlocutores do presidente do Senado, Renan Calheiros, defendiam um peemedebista na disputa, mas rechaçavam Garotinho.
- Na última sexta-feira, recebi o apoio do deputado Geddel Vieira Lima (BA) - afirmou o pré-candidato, que ainda acrescentou:
- Se o PMDB não tiver candidato, vamos chegar à eleição com a política econômica do PT e do PSDB, que defendem os mesmo princípios. O povo vai olhar de um lado o PT e seus banqueiros, de outro o PSDB e os seus banqueiros. Nós vamos para o segundo turno e vamos ganhar a eleição. Jamais serei vice de Lula ou do PSDB.