Título: Indicados por Lula não ajudaram Dirceu
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 28/11/2005, País, p. A4

A tese de que os ministros do STF nomeados pelo presidente Lula estão desequilibrando a balança da Justiça nos julgamentos dos recursos do deputado José Dirceu (PT-SP), para prolongar ou anular o processo de cassação de seu mandato, não é correta, como lembra um integrante da Corte. Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa formaram a maioria de sete votos na sessão do dia 19 de outubro, na qual o plenário entendeu que o ex-chefe da Casa Civil podia ser processado pelo Conselho de Ética da Câmara, ainda que tivesse o status de ministro quando teria ocorrido a farra do mensalão.

Ambos votaram também contra a defesa de Dirceu ¿ ao lado de Carlos Velloso, Ellen Gracie e Gilmar Mendes ¿ no julgamento da semana passada, que depende agora do voto-desempate de Sepúlveda Pertence.

Ambos votaram também contra a defesa de Dirceu ¿ ao lado de Carlos Velloso, Ellen Gracie e Gilmar Mendes ¿ no julgamento da semana passada, que depende agora do voto-desempate de Sepúlveda Pertence.

Próximos capítulos Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que já estiveram juntos em jantar na semana passada, terão novo encontro nos próximos dias.

Homens, ao trabalho Renan e Aldo tentarão dar mais um passo em busca da elaboração de uma lista de projetos que receberão tratamento prioritário das duas Casas.

Deputado vitalício O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), circulou na semana passada pelo Congresso com um botom de parlamentar na lapela. Justo ele que renunciou ao mandato na esteira do mensalão.

Agulha no palheiro Está cada vez mais difícil encontrar um senador petista que fale bem de um colega de bancada. ''A pior coisa que tem é burro trabalhador, só atrapalha'', afirma uma estrela, referindo-se a outra.

Com que roupa? No PT, há também parlamentares constrangidos de véspera. São os candidatos que se apresentarão como novidades tendo ao lado, no palanque, velhas estrelas partidárias.

Fora de cena Responsável pela investigação do mensalão, o delegado da PF Luiz Flávio Zampronha está na mira da CPI dos Correios. ''Ele já falava pouco, agora sumiu'', diz fonte da CPI.

Parada indigesta A CPI dos Correios está investigando a construtora Odebrecht. Suspeita que seja uma das fontes do mensalão.

A luta continua Ex-ministro da Previdência, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) continua operando nos bastidores a fim de garantir um posto de peso na administração pública para Samir Hatem, ex-presidente do INSS.

Encrenca à vista Jucá é relator do texto que dá ao Senado o poder de indicar diretores de agências reguladoras caso o Executivo não o faça em até 90 dias após a abertura da vaga. Ele defenderá a aprovação da matéria.

Obra da oposição O texto é do líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE). Elaborado como projeto de lei, foi transformado em proposta de emenda constitucional, o que dificultará sua derrubada na Justiça, caso seja aprovado.

Efeito dum-dum O relatório do deputado ACM Neto (PFL-BA), sub-relator de Fundos de Pensão da CPI dos Correios, sai no dia 5. Ele avisou que vai sobrar para todo mundo.

Só amor O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, agora chama a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de Dilminha.

Biscoito nem molhou o bico O deputado José Mentor (PT-SP), sentado em seu gabinete, disfarça e coloca debaixo da mesa uma caixa de biscoitos.

- Essa caixa são de rosquinhas Mabel?

A assessora de Mentor se apressa em explicar:

- Todos do andar receberam como lembrança de fim-de-ano. E Mentor completa:

- Votei contra a cassação do Sandro. Acho que meu voto valia mais (risos).

Há quem diga que o deputado Sandro Mabel só não enviou a caixa de biscoitos para os deputados que votaram contra o arquivamento do seu processo.

Jogo Rápido

A União Nacional dos Legislativos Estaduais fez um levantamento das assembléias estaduais que disponibilizam seus gastos na internet. O projeto Transparência, da Assembléia gaúcha, com 200 acessos diários é disparado o mais visitado. Sem sair de casa, o eleitor pode conferir as planilhas de votação, a presença dos deputados em plenário, gastos com combustíveis, hospedagens, materiais de escritório e telefone, por exemplo.