Correio Braziliense, n. 21824, 17/12/2022. Política, p. 3

Até fuzis no arsenal de radicais

Ândrea Malcher


A Polícia Federal divulgou, ontem, imagens das armas apreendidas na operação contra atos antidemocráticos, deflagrada na quinta-feira. O arsenal foi encontrado em dois endereços das cidades catarinenses de São Miguel do Oeste e Fraiburgo. Foram 29 itens, entre submetralhadoras, fuzis e rifles com lunetas para disparos a distância. Os agentes apreenderam, também, 7.603 munições, 40 celulares, nove passaportes, quatro notebooks. Dois homens foram presos em flagrante.

Foram cumpridos 104 mandados de prisão, busca e apreensão contra suspeitos de financiar os bloqueios das rodovias e de participarem de protestos violentos no DF e em oito estados. A ação ocorreu por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os principais alvos são empresários bolsonaristas, suspeitos de organizar e financiar bloqueios de estradas e protestos em frente a quartéis. O Correio tentou contato com a PF e com do Ministério da Justiça para saber dos próximos desdobramentos da operação, mas não obteve resposta.

A operação era planejada antes dos atos violentos em Brasília, portanto, não tem relação direta com os eventos —  que estão sob investigação. Na quarta-feira, Moraes deu 48 horas ao ministro da Justiça, Anderson Torres, e ao Governo do Distrito Federal para que expliquem as medidas de segurança adotadas no dia do vandalismo. A Polícia Civil do DF afirmou, em nota, que instaurou inquérito no Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) para apurar a organização, o financiamento e a autoria dos atos. “As investigações foram iniciadas no dia dos fatos e estão em andamento, com a oitiva de testemunhas, análise de imagens e outras diligências, no sentido de que as pessoas que cometeram os crimes sejam identificadas e responsabilizadas”, diz o comunicado. Nenhuma prisão foi efetuada até o momento.