Título: Petrobras desdenha recursos do exterior
Autor: Ricardo Rego Monteiro e Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 15/11/2005, Economia & Negócios, p. A17
Apesar de ter se tornado investment grade - ou seja, empresa que oferece baixo risco aos investidores -, a Petrobras não pretende captar recursos no exterior para financiar seus projetos de expansão. O diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, afastou ontem, em conferência voltada para analistas de mercado, a hipótese de operações do gênero no próximo ano. Para o executivo, a geração de caixa (cerca de R$ 10 bilhões de janeiro a setembro) vem surpreendendo, o que minimiza a necessidade de buscar dinheiro barato lá fora. Outras grandes empresas nacionais, como a Vale do Rio Doce, se tornaram investment grade este ano, o que barateou emissões e ajudou a viabilizar projetos bilionários.
- Por não termos realizado nenhuma captação, o impacto nas taxas de financiamento ainda não foi verificado. Mas na última que fizemos, no ano passado, houve uma antecipação do mercado ao investment grade com boas taxas oferecidas à Petrobras, devido a seus resultados - lembrou Barbassa.
No mercado internacional, depois da queda das cotações do petróleo ao menor nível em quatro meses, na semana passada, o barril voltou a subir em Nova York. O motivo: temor de escassez de combustível durante o inverno americano, devido aos baixos estoques divulgados. O óleo leve subiu US$ 0,16 o barril, para US$ 57,69.
Representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informaram que estão avaliando o mercado para depois decidir um possível corte na produção, forçando a alta das cotações.
Em Londres, no entanto, o barril do tipo Brent voltou a recuar, fechando em baixa de US$ 0,26, aos US$ 54,73.