Título: Afagos e críticas aos empresários
Autor: Juliana Rocha e Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 24/11/2005, País, p. A3
Empresários ouviram ontem do presidente Lula que não haverá mudanças na política econômica do governo e que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, continua no cargo. O presidente participou de almoço reservado com lideranças empresariais do Rio de Janeiro, após a cerimônia de batismo da plataforma de petróleo P-50, da Petrobras, em Niterói.
- Espero que esta crise do Palocci tenha passado. Na minha opinião, ela já acabou. Estão virando a página. O presidente falou pública e reservadamente que a política econômica é essa. Ele reitera que é a maneira de construir um país, com superávit primário - disse o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, que sentou-se à mesa do almoço ao lado de Lula.
O empresário saiu em defesa da política econômica do ministro da Fazenda. Gouvêa Vieira afirmou que gostaria que os investimentos aumentassem no Brasil, mas admitiu que ''abrir as portas para a gastança seria permitir a volta da inflação no país''.
Apesar de ter recebido amplo apoio, o ministro Palocci continua na mira da oposição no Congresso. Ontem ele reuniu-se com parlamentares para tratar do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ele irá à Câmara na próxima terça-feira para tratar da aprovação do fundo. Será a terceira semana consecutiva que Palocci vai ao Congresso defender a política econômica, falar da crise com a ministra-chefe d Casa Civil, Dilma Roussef, e explicar denúncias de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto.
Apesar de defender a meta de superávit primário, principal projeto de Palocci, o presidente Lula disse aos empresários que os investimentos previstos para o Rio sairão ainda neste governo, como o arco rodoviário e a refinaria petroquímica.
O presidente Lula somente garantiu a manutenção de Palocci no cargo após ser perguntado por jornalistas. Durante o discurso no batismo da plataforma de petróleo da Petrobras, os elogios Dilma, que segundo o presidente foi uma das responsáveis pelos investimentos na área de transmissão de energia.
Logo após o almoço, Lula atacou os empresários que criticam seu governo e que ''só vivem do Copom''. O Comitê de Política Monetária reduziu ontem a taxa de juros em 0,5 ponto percentual.
- Queria registrar aos empresários que aproveitem o meu governo para criticar, porque no meu governo vocês são convidados para uma reunião para ter uma solução. Duro é quando você critica, não tem reunião e não tem solução. (J.R. e P.C.P)