Correio Braziliense, n. 21811, 04/12/2022. Política, p. 2 
 
Oposição promete frear tramitação 



Se a proposta de mudança da Constituição para retirar o Bolsa Família do teto de gastos for aprovada até meados de dezembro, como acreditam os coordenadores políticos do governo de transição, será a tramitação mais rápida de uma PEC na história do Parlamento. Mas são muitos os sinais de que o desafio de Lula não será fácil. A ala mais bolsonarista do PL vai tentar desacelerar o andamento da proposta no Congresso. 

O líder do partido no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), pretende convocar uma audiência pública para debater o impacto fiscal da medida, uma tentativa de obstrução do andamento que pode atrapalhar os planos do novo governo de terminar na quarta-feira a votação no Senado. O senador também mandou um recado para Lula na semana passada. “(A PEC) pode até passar na CCJ, num atropelo, mas, no plenário, vão ser necessários 49 votos. Então, é bom fazer a conta direito”, disse Portinho. 

Defecções 

Outro ponto nas contas da Transição é a renovação de quase 40% da Câmara em fevereiro. Com a posse da nova legislatura, o PL, partido de Bolsonaro, passará a ter as maiores bancadas na Câmara e no Senado. Assim, a aposta do novo governo é negociar com os setores não bolsonaristas do próprio PL ainda neste ano. Ao menos 30 deputados do partido de Jair Bolsonaro disseram que votarão pela aprovação da PEC, segundo levantamento de parlamentares petistas envolvidos na negociação. (HL e VC) 

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