Correio Braziliense, n. 21836, 29/12/2022. Política, p. 2

Autorizado o emprego, inédito, da Força Nacional

Tainá Andrade
Mariana Albuquerque
Raphaela Peixoto
Darciane Diogo


O Ministério da Justiça autorizou, pela primeira vez, o emprego da Força Nacional para a Operação Posse Presidencial 2023. A decisão foi assinada pelo secretário-executivo da pasta, Antonio Ramirez Lorenzo, publicada ontem, no Diário Oficial da União (DOU), e valerá do último dia 27 até 2 de janeiro. Essa foi uma solicitação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para apoio às “atividades de escoltas” da corporação, em caso de necessidade.

“A Força Nacional de Segurança Pública é um grupamento de apoio, que pode ser solicitada por governadores de estado ou dos ministros de Estado para apoiar o órgão ou um ente estadual ou federal. A FNSP pode atuar em qualquer lugar do território nacional. Esta é a primeira vez que o apoio ocorre em uma posse presidencial”, explicaram, em nota, ao Correio.

Conforme o ministério, será a PRF que definirá o apoio logístico, como efetivo ou equipamentos a serem usados. Em obediência ao regimento interno do ministério, não é informada a quantidade de agentes que poderá participar do evento, nem o armamento ou equipamentos que serão usados pela Força Nacional. Para a ocasião da posse, foi solicitado o auxílio da FNSP por “caráter episódico e planejado, no Distrito Federal” em função da escolta de autoridades brasileiras e estrangeiras.

O Correio apurou que tanto o pedido quanto a autorização de uso da Força Nacional foram uma surpresa para a equipe da transição responsável pela coordenação da segurança do evento. A iniciativa partiu da atual gestão da PRF e foi decidida internamente no ministério, sem conversa prévia com o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino. O ineditismo da medida ocorre após a tentativa de ato terrorista em Brasília e o vandalismo do dia 12, em que Lula foi diplomado.

Sigilo

A investigação sobre a tentativa de explodir uma bomba na área do aeroporto de Brasília, no sábado, está sob sigilo judicial. A decisão ocorreu após solicitação, em caráter de urgência, do delegado Jorge Teixeira, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor).

Até o momento, uma pessoa foi presa: o empresário George Washington De Oliveira Sousa, de 54 anos, que está na Papuda. A Polícia Civil procura um outro suspeito, Alan Diego Rodrigues, 32.

A investigação foi colocada sob sigilo para viabilizar a identificação de outros envolvidos, segundo o parecer do promotor Cláudio João Medeiros, do Ministério Público do DF (MPDFT). “O material encontrado com o investigado e a informação de que há outras pessoas envolvidas no plano se afiguram com de relevante interesse público”, frisou.

Ainda de acordo com o promotor, os fatos sigilosos não documentados no bojo dos autos são protegidos de acesso, inclusive do defensor do acusado, a fim de não prejudicar as investigações.

*Estagiárias sob a supervisão de Cida Barbosa