Valor Econômico, v. 20, n. 4972, 01/04/2020. Brasil, p. A4

Déficit primário chega a R$ 20,9 bi em fevereiro

Alex Ribeiro
Estevão Taiar



O setor público consolidado fechou fevereiro com déficit primário de R$ 20,901 bilhões, de acordo com o Banco Central. Em fevereiro de 2019 o resultado foi deficitário em R$ 14,931 bilhões.

Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais.  Ficam de fora da conta Petrobras, Eletrobras e bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa.

No ano, o setor público registra um superávit de R$ 35,375 bilhões. Em 12 meses até fevereiro, por sua vez, o déficit alcançou R$ 58,464 bilhões, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro, estava em 0,72% do PIB.

O resultado refletiu um déficit do governo central de R$ 18,271 bilhões e um superávit de R$ 5,429 bilhões de Estados e municípios. As estatais federais tiveram déficit de R$ 45 milhões, as estatais estaduais tiveram superávit de R$ 788 milhões e as estatais municipais tiveram equilíbrio (resultado zero).

A meta de resultado primário para o setor público consolidado para 2020 é déficit de R$ 118,9 bilhões. Devido ao coronavírus, no entanto, o governo decretou estado de calamidade pública, o que permite o descumprimento da meta.

O setor público consolidado registrou déficit nominal, que inclui despesas com juros, de R$ 49,355 bilhões em fevereiro. Um ano antes, o resultado havia sido deficitário em R$ 45 bilhões.

O resultado nominal do mês passado refletiu um déficit primário de R$ 20,901 bilhões e uma conta de juros de R$ 28,454 bilhões. No ano, o déficit nominal é de R$ 30,235 bilhões, em comparação com R$ 18,969 bilhões no mesmo período de 2019.

A dívida líquida do setor público não financeiro variou de R$ 4,949 trilhões, ou 54,1% do PIB, em janeiro para R$ 3,923 trilhões, ou 53,5% do PIB, em fevereiro.