Correio Braziliense, n. 21838, 31/12/2022. Economia, p. 8

Entidades comemoram indicação



A indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da Petrobras foi avaliada positivamente por pesquisadores do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

Mahatma Ramos dos Santos, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), destaca a posição crítica de Prates ao Preço de Paridade de Importação (PPI) adotado pela Petrobras durante o governo de Jair Bolsonaro. A política de preços motivou uma série de aumentos até a adoção de medidas governamentais para controle de preços gerais de combustíveis.   

“A indicação de Jean Paul Prates à presidência da empresa significa uma mudança estratégica, uma vez que sua avaliação da atual gestão sempre teve um olhar crítico. Além disso, o senador tem uma longa trajetória técnica e de ativismo legislativo no setor de energia, o que o coloca como um especialista respeitado sobre o tema”, avaliam os pesquisadores.

Com a entrada de Prates, pesquisadores do instituto aguardam pela revisão normativa da empresa. “A expectativa do Ineep é de que a nova gestão da Petrobras faça uma revisão das diretrizes da companhia no sentido de recolocá-la como empresa integrada e diversificada.”

Petroleiros

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou uma nota em apoio às indicações de Alexandre Silveira e Jean Paul Prates, escolhas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para assumir, respectivamente, o Ministério de Minas e Energia e a presidência da Petrobras. O anúncio já era esperado pelo mercado.  “As escolhas do presidente Lula acendem uma chama de esperança, sustentada pelo compromisso do novo governo com o povo brasileiro e com a soberania nacional. Jean Paul Prates vem participando das lutas em defesa da Petrobras, além de ter uma visão crítica sobre o Preço de Paridade de Importação (PPI), implementado no governo de Michel Temer, em outubro de 2016”, destacou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

O Preço de Paridade de Importação (PPI) foi adotado pela Petrobras para calcular o valor dos combustíveis, vinculando este custo à variação do dólar, ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e aos gastos de importação dos derivados. “Prates entende que a Petrobras é também um instrumento de mudança social, além de ter vasta experiência nas áreas de petróleo e gás e de energia renovável e meio ambiente”, afirmou Bacelar.  

A FUP ressalta, ainda, que Prates preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras (que reúne mais de 200 deputados e 40 senadores), tendo tido papel de destaque, como relator, em projeto de lei que busca a criação de mecanismos para minimizar os reajustes de preços dos combustíveis. A proposta tramita na Câmara. Já Silveira é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que garante recursos ao Bolsa Família.

Abicom

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, também defendeu a indicação do senador à Petrobras. “Achei muito boa a indicação do Jean Paul. Ele é um profundo conhecedor do nosso setor e muito aberto ao diálogo. Certamente fará o melhor para a Petrobras e para o nosso país”, avalia.

Quanto ao PPI, destacou que os ajustes devem ocorrer após negociações. “Eu acredito que será encontrada uma forma da Petrobras, demais produtores de derivados de petróleo e importadores conseguirem operar, garantindo o abastecimento nacional, e com preços justos alinhados ao mercado das commodities”, finaliza.