Correio Braziliense, n. 21840, 02/01/2023. Política, p. 3

Apoiadores gritam “sem anistia”



No parlatório, diante de eleitores vestidos de vermelho, muitos carregando a bandeira do PT, o presidente Lula classificou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff como “golpe” e disparou críticas ao governo de Jair Bolsonaro.

“Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma.

E, na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará”, enfatizou.

De acordo com ele, os grupos técnicos do gabinete de transição, “que por dois meses mergulharam nas entranhas do governo anterior, trouxeram a público a real dimensão da tragédia”.

“O que o povo brasileiro sofreu nesses últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio”, disse ele.

Nesse momento, os apoiadores na Praça dos Três Poderes interromperam o discurso do presidente com gritos de “sem anistia, sem anistia”.

Além dos reveses na gestão Bolsonaro, a campanha eleitoral foi marcada por ataques, denúncias e fake news. Após a vitória de Lula, apoiadores do ex-presidente bloquearam estradas e concentraram-se em frente a quartéis. Houve, ainda, atos de violência e vandalismo no dia da diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 12 de dezembro, e na véspera do Natal, quando uma bomba foi colocada em um caminhão, nas proximidades do aeroporto de Brasília.