Correio Braziliense, n. 21840, 02/01/2023. Política, p. 4

Pacheco: após teste da eleição, hora de pacificação



Ao pedir “pacificação”, “esperança” e “recomeço”, no discurso da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou que a democracia brasileira passou por um duro teste na última eleição. Referia-se aos ataques frequentes do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao Supremo Tribunal federal (STF) e ao sistema eletrônico de votação.

“Nas eleições de 2022, a democracia brasileira foi testada e saiu-se vitoriosa. É possível que tenha sido o processo eleitoral mais importante de nossa história após a redemocratização. O tempo dirá”, disse.

Para o senador, o novo governo terá que enfrentar uma série de desafios complexos, sobretudo a unificação de uma população dividida. Lula venceu a corrida presidencial com 50,9% dos votos válidos contra os 49,1% de Bolsonaro.

“Unir o país em prol de um objetivo comum é imperativo e urgente. Reconciliar os brasileiros que discordaram sobre os rumos do país, incentivar atos de generosidade, desencorajar o revanchismo, coibir com absoluto rigor atos de violência, restabelecer a verdade, fortalecer a liberdade de imprensa, honrar a Constituição Federal e venerar a democracia”, pontuou.

Em relação à grave situação das contas públicas brasileira — marcada pelo retorno da inflação, juros altos e perda de empregos —, Pacheco alertou que o novo governo precisa “encontrar o ponto de equilíbrio entre política fiscal, monetária e social”. Além disso, ele colocou o Congresso Nacional à disposição da nova gestão para “oferecer todo o arcabouço legislativo necessário para avançarmos na agenda do desenvolvimento”.

“Quero assegurar que o espírito dos deputados, das deputadas, dos senadores e das senadoras, é de cooperação. Foi absolutamente louvável o empenho do Congresso Nacional na célere aprovação da proposta, que impediu a redução, já neste mês de janeiro, do valor pago às famílias beneficiárias do Auxílio Brasil, que será novamente intitulado Bolsa Família”, destacou.

O parlamentar também citou a necessidade de uma reforma tributária, sobretudo porque há duas propostas tramitando nas Casas do Congresso: a PEC 110/2019 e a PEC 45/2019, que visam a unificação de impostos em um único Imposto de Valor Agregado (IVA). O novo governo, especialmente o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já declarou que a tramitação da medida será prioritária neste primeiro ano do governo Lula.

Ao final, o presidente do Congresso enfatizou a necessidade de reconciliação. “Precisamos garantir a união de nosso povo para que possamos resgatar a proeminência da nossa nação, desse ‘território digno das maiores nações do mundo’, país do futebol, país do samba, país abençoado pela sua natureza. Somos a pátria de Ayrton Senna e Pelé, os maiores nomes do esporte mundial no século XX”, declarou. (VC) 

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