O Globo, n. 32561, 30/09/2022. Política, p. 10

Romário oscila para baixo, mas segue na liderança para Senado



O senador Romário (PL), que tenta a reeleição, lidera isolado a corrida pela cadeira no Senado pelo Rio de Janeiro, com 37% dos votos válidos, segundo o Datafolha. Na pesquisa anterior, ele tinha 41%. Em seguida, vem o deputado federal Alessandro Molon (PSB), com 18% dos votos válidos, empatado tecnicamente com a também deputada federal Clarissa Garotinho (União Brasil), que conta com 16% da preferência.

Embora se declare apoiador de Jair Bolsonaro (PL), Romário tem sofrido boicote de parte dos eleitores do presidente, que não o considera verdadeiramente identificado com as pautas da direita e, em grupos de WhatsApp, defende apoio ao deputado federal Daniel Silveira (PTB), cuja candidatura foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), ou a Clarissa Garotinho. A preocupação dos apoiadores do presidente é concentrar votos em torno de um único nome, para evitar que um candidato de esquerda consiga a vaga no Senado.

Bolsonaro, por sua vez, vem se esquivando de anunciar apoio a qualquer dos nomes formalmente, para evitar indisposições com algum segmento de sua base. Em suas últimas lives, tem citado os três como bons candidatos ao cargo.

A divisão da esquerda, que concorre com dois nomes, Molon e o deputado estadual André Ceciliano (PT) — que obteve 10% dos votos válidos no Datafolha —, vem se traduzindo nas pesquisas.

Num esforço para alavancar sua candidatura, Ceciliano, nome oficial da coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Senado, participará hoje de uma agenda com o ex-presidente e com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Rio e em segundo lugar nas pesquisas, atrás do governador Cláudio Castro (PL), que busca a reeleição.

Entre os eleitores de Castro (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Romário se destaca, com 40% das intenções de voto, ante 19% de Clarissa Garotinho e 17% de Daniel Silveira. Já entre os eleitores de Freixo, Molon é o mais bem colocado, com 43% (ante 18% de Ceciliano e 17% de Romário). A três dias do pleito, 20% dos eleitores disseram que pretendem anular seu voto ou ainda não escolheram seu candidato à vaga no Senado.