Correio Braziliense, n. 21842, 04/01/2023. Política, p. 6

Combate às fake news e sem ofensa à imprensa 

Rosana Hessel
Ingrid Soares


Em um forte discurso de combate às fake news e à desinformação pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Paulo Pimenta tomou posse à frente da Secretaria de Comunicação Social (Secom) prometendo, também, melhorar o relacionamento do governo com a imprensa. Em solenidade no Palácio do Planalto, ele decretou o fim dos muros e “cercadinhos”, e a defesa da liberdade jornalística.

Segundo Pimenta, a opinião do povo foi negligenciada na gestão passada. “Nos últimos anos, ergueram-se muros, barreiras e cercadinhos na relação do governo com o povo. Poucos falavam muito e nem sempre com qualidade no que diziam. Se negaram a ouvir a ciência, as instituições, os diferentes e a população mais vulnerável. Esse tempo acabou. Vamos ouvir o povo brasileiro com toda a atenção e dignidade que ele merece. Não haverá muros, nem cercadinhos. Não haverá ofensas, nem ameaças. Os jornalistas terão toda a liberdade para exercerem sua atividade”, afirmou.

Pimenta, que também é jornalista, assegurou o acesso dos profissionais de imprensa às fontes e aos porta-vozes do governo. “Esses profissionais serão tratados com respeito. Não vamos manter a lógica de sonegação das informações, quando informações elementares sobre o dia a dia do governo são sonegadas à população. Vamos governar com transparência e garantir aos profissionais da imprensa a liberdade absoluta para desempenharem sua atividade”, prometeu.

Reconstrução

O ministro enfatizou a missão que terá de reconstruir as áreas de comunicação institucional, mudando o posicionamento no país e no exterior. “Na realidade, a Secom está sendo reconstruída. O governo federal precisa recuperar sua capacidade de ser um espaço de divulgação de informações com credibilidade. A campanha de vacinação não pode estar contaminada pelo viés ideológico”, lembrou.

Pimenta destacou que o Brasil voltará a se abrir ao diálogo internacional. Para isso, terá como desafio restaurar a imagem do país no exterior, especialmente junto aos jornalistas estrangeiros. “É preciso que nossos representantes voltem a conversar com a imprensa estrangeira para recuperar o protagonismo internacional”.

Para o ministro da Secom, “é fundamental que a informação do que fazemos aqui chegue a outros países. Só assim o mundo perceberá que o Brasil voltou a ser aquela nação aberta ao diálogo pronta para juntar-se às grandes nações globais como parceiro disposto a trabalhar por um planeta mais justo, mais seguro e mais verde. O Brasil deixará de ser sinônimo de desmatamento ou de uma nação marcada pelos retrocessos sociais e pelo obscurantismo”.

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