O Globo, n. 32504, 04/08/2022. Política, p. 10

Tebet e Gabrilli votaram juntas em 86% dos casos

Fernanda Trisotto
Dimitrius Dantas


Anunciadas na terça-feira como companheiras de chapa na disputa presidencial, as senadoras Simone Tebet (MDB) e Mara Gabrilli (PSDB) tiveram uma atuação convergente no Senado, onde são colegas desde 2019. Um levantamento feito pelo GLOBO aponta que elas votaram da mesma forma em 86% dos casos, nas 199 votações em que as duas participaram no plenário da Casa até hoje.

As divergências foram pontuais. Elas só estiveram em lados opostos em 27 ocasiões, Entre elas na chamada projetos foram votados com a presença das duas Elas divergiram em apenas 27 ocasiões; algumas relacionadas à pandemia, PEC do Orçamento de Guerra, que flexibilizou gastos do governo em meio à pandemia de Covid-19. Tebet votou favoravelmente ao texto e Gabrilli foi contra.

Outras discordâncias também vieram em propostas do período da pandemia. As duas votaram de forma contrária, por exemplo, na PEC que flexibilizou gastos na educação em 2020 e 2021 — Gabrilli foi contra e Tebet, favorável.

No texto que previa a isenção de Imposto de Renda para profissionais de saúde, Gabrilli foi contra e Tebet, favorável à emenda em questão, mas a proposta acabou rejeitada.

Pauta temática

As 199 votações analisadas incluem tanto o mérito de propostas quanto requerimentos ou destaques aos projetos. A reportagem considerou apenas procedimentos abertos, isto é, em que é pública a escolha de cada uma das senadoras.

Desde 2019, ela já propôs 78 projetos de lei e conseguiu a aprovação de dois deles. Boa parte de suas propostas — 46% do total —versam sobre a temática da inclusão e atenção às pessoas com deficiência.

Entre as propostas de Gabrilli que viraram lei está a que prorroga a isenção do IPI para taxistas e pessoas com deficiência. Aprovado em 2020, o texto prorrogou até 2026 a isenção do imposto para a compra de carros novos para PCDs e taxistas, com limite de R$ 200 mil para o veículo.

No caso das pessoas com deficiência, a legislação atende aqueles que têm deficiência física, visual, auditiva e mental e com transtorno do espectro autista, além de deficiência auditiva, que não eram beneficiadas pela regra anterior.

O outro projeto que virou lei foi uma parceria de Gabrilli com a senadora Leila Barros (PDT-DF). Elas apresentaram proposta para flexibilizar o cumprimento de metas para prestadores de serviços do SUS durante a pandemia.