Correio Braziliense, n. 21843, 05/01/2023. Política, p. 3

Chanceler reforça a inclusão no MRE



O chanceler Mauro Vieira fez, na posse de Maria Laura da Rocha na Secretaria-Geral do Ministério das Relações Exteriores, uma defesa enfática da importância da inclusão social na carreira diplomática. Isso porque, de acordo com os últimos dados do MRE, de abril de 2022, o quadro de 1.540 diplomatas era formado por 356 mulheres (23%) e 1.184 homens. Como embaixadoras do Brasil, elas ocupam apenas 34 postos ao redor do mundo.

Para o ministro, é de suma importância a nomeação de mais mulheres, negros, indígenas e a população LGBTQIA+ na carreira. “A diversidade não pode ser entendida apenas de forma instrumental. Por um lado, é inegável que um corpo de funcionários diverso e inclusivo aumenta a excelência do trabalho diplomático, uma vez que enriquece sua capacidade de análise e de atuação, e fortalece seu vínculo com a população que representa”, ressaltou.

O chanceler salientou, ainda, que a diplomacia não pode se entendida somente como o principal canal de relacionamento entre as nações. “Resta óbvio que a maior presença de colegas negras e negros, mulheres, indígenas, pessoas LGBTQIA , pessoas com deficiência e pessoas oriundas de distintas regiões do Brasil, constitui o alicerce maciço sobre o qual se assenta a própria democracia”, disse.

Segundo o ministro, esse ponto deve ser considerado um “novo capítulo” das lideranças no MRE. “Mais que ponto de chegada, contudo, convido a todos a viverem esta data como um ponto de partida na construção de uma nova tradição no Itamaraty, essa bicentenária instituição na qual tradições são tão importantes: a construção de um novo capítulo na galeria de retratos de suas lideranças, na qual o conjunto do povo brasileiro possa se reconhecer cada vez mais”, observou Vieira. (LP)