Título: País ainda é desigual
Autor: Ricardo Rego Monteiro e Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 26/11/2005, Economia & Negócios, p. A18

Mesmo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, destaca que, embora contínua nos últimos 12 anos, a divisão da riqueza ainda é insuficiente para livrar o Brasil da fama de país desigual.

- Esse recuo não é tão expressivo assim. Nenhuma das 15 maiores economias do mundo apresenta indicadores de desigualdade tão elevados - disse Nunes.

Marcelo Neri, da FGV, explicou que o índice de Gini para rendimentos do trabalho não considera os programas sociais, como o Bolsa Família, com transferências de renda intensificadas em 2004. O dado do IBGE também não leva em conta outro fator que inibiu a desigualdade social: o número de trabalhadores sem remuneração caiu de 1,5% para 1,1% de um ano para outro.

Nunes destacou outros pontos positivos da pesquisa do IBGE:

- Vemos uma melhoria nos indicadores sociais, na taxa de analfabetismo, no mercado de trabalho, com formalização do emprego, na ocupação - ponderou.

A economia abriu mais 2,7 milhões de empregos no ano passado em todo o país. O crescimento, de 3,3% em relação a 2003, foi suficiente para a ocupação retomar o patamar de postos de trabalho de meados da década passada, mas ainda não foi o bastante para voltar aos níveis do início dos anos 90.