Site JW, 13/02/2019

PT: 39 anos de luta pelo Brasil 

Jaques Wagner



O maior partido de esquerda da América Latina e um dos maiores do mundo acaba de  completar 39 anos. Nascido nas ruas, o Partido dos Trabalhadores se aproxima da  quarta década de existência com muito a comemorar e também muitos desafios pela  frente. 

A história do PT se confunde com a história recente do Brasil. Suas principais  lideranças estiveram na linha de frente da luta contra a ditadura e pela construção da  democracia. Aos poucos e com esforço de milhares de militantes em todo o País,  ampliamos nossa inserção na sociedade e passamos a representar os sonhos de justiça  e igualdade de milhões de pessoas. 

Após governar uma série de cidades e estados, em 2002 o PT venceu as eleições no  Brasil sob o signo da mudança. E mudamos muita coisa. Invertemos prioridades,  colocando como eixo central o conceito de que o País só seria justo se fosse para  todos. As pessoas pobres foram inseridas no Orçamento e as políticas de inclusão  deixaram de ser migalhas para meia dúzia. Ganharam escala e transversalidade,  chegando a milhões de famílias beneficiadas pelos empregos gerados, salário  valorizado, programas de transferência de renda, democratização do acesso ao ensino  técnico e superior, dentre outros avanços. 

Mas a política é feita de ondas e agora estamos vivendo uma onda conservadora. É o  momento da elite intolerante, que nunca suportou ver pobres com direitos. São os que  querem pagar pouco para quem trabalha e assim ter mais dinheiro para gastar lá fora.  São os que, na falta de argumentos, preferem destilar ódio contra quem se posiciona  diferente. Ódio que é próprio daqueles que não pensam. 

Neste cenário conturbado, devemos priorizar a atuação em duas frentes: a defesa da  democracia e de Lula. Não conheço na história do Brasil um presidente que tenha  pacificado mais as relações do que Lula, alvo de uma perseguição judicial repudiada  por juristas e intelectuais do mundo inteiro, que reconhecem a sua importância e a  injustiça. Quando atacam Lula, querem na verdade atacar a nossa história construída  junto com o povo. 

Por isso, reagimos com veemência e indignação. Seguiremos nossa luta em defesa de  Lula e do PT. Com um debate franco, com a necessária renovação geracional e com a  defesa intransigente da diversidade, que é nossa riqueza, e com unidade, que é a  nossa fortaleza.