Título: Magno exibe recibos
Autor: Fernando Exman
Fonte: Jornal do Brasil, 02/12/2005, País, p. A5

BRASÍLIA - Em sessão do Conselho de Ética, o deputado João Magno (PT-MG) apresentou documentos para tentar provar que não houve utilização de caixa dois em sua campanha. Magno enfrenta processo disciplinar por ter recebido recursos das contas de Marcos Valério Fernandes de Souza. Segundo Valério, Magno teria recebido R$ 426 mil. Ontem o parlamentar insistiu que o recurso recebido era ''dinheiro limpo''. Em seu depoimento ao conselho, o deputado petista afirmou que notas fiscais e recibos que correspondiam às despesas pagas com dinheiro de Marcos Valério foram guardados. Ele disse que não apresentou os documentos antes, porque esperou que a subcomissão de finanças apresentasse relatório com a comprovação da origem dos recursos. Ele também afirmou que, assim que recebeu os documento, apresentou uma declaração retificadora ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais, há um mês e meio: -Quando me foi dada a declaração, eu prestei contas. A própria lei me dá condições de fazer a prestação de contas. Magno afirma ter pedido a Delúbio uma declaração para justificar no TRE o recebimento do dinheiro. - Prestei contas complementares no Tribunal Regional Eleitoral para incluir os repasses das empresas de Marcos Valério, que não foram declarados antes porque o PT não tinha informado a origem do dinheiro - disse. O relator de seu processo, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), disse que vai avaliar os documentos apresentados. Segundo Carneiro as notas não indicam a data de quitação das despesas. Magno respondeu à desconfiança do relator dizendo que a data consta do corpo de cada documento. O parlamentar também disse que, dentre os R$ 426 mil recebidos de Valério, uma parcela de R$ 126 mil foram usados para pagar dívidas da campanha de 2002 e enquanto o restante foi dirigido para a campanha de 2004 à prefeitura de Ipatinga (MG). - Seria caixa dois de campanha se eu tivesse reservado o dinheiro para me apropriar dele posteriormente- argumentou o deputado. No entanto, para o relator Jairo Carneiro as evidências apontam para o caixa 2. - Não é a origem nem o destino do dinheiro que caracteriza o caixa dois, mas o fato de não ter sido relacionado à prestação de contas- afirmou o pefelista.