Título: Esperança de vida sobe 5 meses por ano
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/12/2005, Economia & NEGÓCIOS, p. A19

Desde 1980, a esperança de vida do brasileiro ao nascer cresceu anualmente, em média, cinco meses. Os dados constam da pesquisa Tábua da Vida 2004, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1980, o brasileiro tinha esperança de vida de 62,6 anos, número que pulou para 71,3 anos em 2003 e para 71,7 anos em 2004. Em 24 anos, a expectativa de vida avançou 9,1 anos. A expectativa de vida varia de acordo com as unidades da federação. O Distrito Federal aparece no primeiro lugar no ranking, com 74,6 anos, e Alagoas ocupa a última posição, com 65,5 anos. A diferença entre os dois extremos chega a 9 anos, mas ela vem caindo ao longo do tempo. Em 1980, a diferença entre o primeiro e o último colocado no ranking de expectativa de vida era de 12,1 anos. Apesar do crescimento da esperança de vida, o Brasil ainda é o 82º no ranking da ONU, um patamar sete posições acima da sua classificação em 2000, quando estava em 89º com uma expectativa de vida de 70,5 anos. O primeiro colocado é o Japão, com esperança de vida de 81,9 anos. A pesquisa revela ainda que as mulheres estão vivendo cada vez mais que os homens. Em 1980, os homens viviam 6,1 anos menos que as mulheres. Em 2004, essa diferença subiu para 7,6. O Estado do Rio de Janeiro lidera a lista de diferencial de mortalidade por sexo. Em 1980, os homens viviam 7,8 anos a menos. Em 2004, as mulheres viviam 9 anos a mais do que os homens. Em 2004, o Ceará apresentou o segundo maior diferencial, com 8,8 anos, seguido de São Paulo, com 8,6. Segundo o IBGE, esses resultados estão relacionados a sobremortalidade masculina, particularmente entre jovens, ligada principalmente a causas externas, como acidentes de trânsito e homicídios. A taxa de mortalidade infantil caiu 61,5% entre 1980 e 2004, período em que passou de 69,1 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas para 26,6 óbitos a cada mil. Em 2004, as menores taxas registradas no país eram do Rio Grande do Sul (14,7 óbitos a cada mil nascidos vivos) e São Paulo (17). As maiores taxas ficaram com Alagoas (55,7) e Maranhão (43,6). Segundo o IBGE, em 2004, 43% das quase 3,5 milhões de crianças nascidas vivas no país tinham uma esperança de vida abaixo da média nacional, de 71,7 anos. Esta parcela da população estava concentrada nas regiões Norte e Nordeste, onde residiam 36% da população do país. Apesar do recuo na mortalidade infantil nos últimos 24 anos, o país ainda ocupa o 99º lugar no ranking da ONU. O primeiro colocado é a Islândia, que tem 3,2 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas. O grupo de países com taxa de mortalidade infantil inferior à do Brasil concentrava, em 2005, 27% da população mundial, o equivalente a 1,8 bilhão de pessoas.