Apesar do avanço, elas ainda são minoria se comparadas ao total de concorrentes a essas vagas. As mulheres representam 28% dos 653 candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a tarde de ontem. Em 2018, eram 22%; em 2014, 19%.

Candidatas, líderes políticas, ativistas e pesquisadoras ouvidas pelo GLOBO atribuíram esse cenário à falta de representação feminina na mesa de decisões dos partidos. Só seis das 32 siglas são comandadas por mulheres: PT, Podemos, Rede, PMB, PCdoB e PRTB.

Pleitos proporcionais

A maioria das legendas, no entanto, diz haver dificuldade de articular chapas e de encontrar mulheres que queiram concorrer. Os partidos costumam dizer que elas preferem os pleitos proporcionais, para deputada federal, estadual ou distrital.

Desde 2018 está em vigor a norma de que as siglas devem reservar ao menos 30% do fundo eleitoral para mulheres. A lei estimulou candidaturas femininas majoritárias: passaram de 109, em 2014, para 176 naquele ano.

A presença de mulheres na corrida presidencial foi recorde neste ano. Haverá quatro candidatas ao Palácio do Planalto: Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU).

O número de candidatas a deputada federal também cresceu neste ano. Até a tarde de ontem, ao menos 3.416 mulheres se registraram para concorrer à Câmara. Em 2018, haviam sido 2.767.

Para o governo do estado, contudo, só 16 das 32 siglas terão candidatas a governadora; serão 34 no total. Entre elas, apenas três são favoritas em seus estados: Teresa Surita (MDB), em Roraima; Marília Arraes (Solidariedade), em Pernambuco; e Fátima Bezerra (PT). governadora do Rio Grande do Norte.

O prazo para registro de candidaturas no TSE terminou ontem, mas os dados finais ainda podem levar alguns dias para ser consolidados.