Correio Braziliense, n. 21855, 17/01/2023. Política, p. 3
Lira se descola de Bolsonaro
Ao ser questionado, ontem, sobre o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro nos atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), respondeu que cada um deve responder pelo que faz. “O meu CPF é um, o CPF do presidente Bolsonaro é outro”, declarou, durante coletiva de imprensa.
Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu Bolsonaro na investigação sobre os atos golpistas, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). No dia 8, apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram a Corte, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
“Nós temos que ter calma neste momento e investigar todos os aspectos. A nossa fala não muda: todos que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos”, enfatizou Lira.
Parlamentares
Ele também afirmou que os parlamentares que mentiram e divulgaram fake news sobre os ataques golpistas serão “chamados à responsabilidade”. A menção foi ao deputado eleito Abilio Brunini (PL-MT), que publicou nas redes sociais um vídeo no Salão Verde da Câmara e afirmou que não houve “praticamente nenhum estrago” no local. “É que, se você fica assistindo só na internet, parece que está tudo quebrado em Brasília, mas não é verdade”, diz Brunini, no vídeo.
“Todos que tiverem responsabilidades vão responder, inclusive parlamentares que andam difamando e mentindo com vídeos dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões que a Câmara sofreu no seu prédio”, frisou Lira. “Então, esses deputados serão chamados à responsabilidade, porque todos viram a invasão, as cenas são terríveis, violentas, gravíssimas.”
O presidente da Câmara se reuniu, ontem, com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para entregar uma notícia-crime contra as pessoas que foram presas pela Polícia Legislativa durante o ataque ao Congresso.
Lira colocou a advocacia da Casa à disposição para ajudar no processo de investigação. Na sexta-feira, o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também se reuniu com Aras para entregar dados dos invasores e defender a punição dos culpados.
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