Correio Braziliense, n. 21857, 19/01/2023. Política, p. 4

MPF conclui mutirão de audiências



O Ministério Público Federal (MPF) finalizou as audiências de custódia de 1.410 pessoas suspeitas de participar dos atos terroristas em 8 de janeiro. Os promotores e procuradores enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de prisão preventiva, de liberdade provisória com cautelares e de relaxamento de prisão.

O comando das investigação sobre os atos golpistas está com o ministro Alexandre de Moraes. Até amanhã, o magistrado deve avaliar todas as ações. Foram mobilizados 106 procuradores da República e 103 servidores do MPF para participar das audiências de custódia, feitas em regime de mutirão.

Com o MP, foram 728 pedidos de conversão em prisões preventivas, 289 de liberdade provisória com imposição de medidas cautelares diversas e 14 de relaxamento de prisão. Desse total, Moraes transformou 354 detenções temporárias em preventivas e liberou 220 pessoas envolvidas na destruição das sedes dos Três Poderes.

O MPF também está investigando uma suposta ligação entre ataques a torres de transmissão de energia e os atos terroristas em Brasília. No dia do vandalismo, pelo menos quatro torres foram derrubadas (três em Rondônia e uma no Paraná) e 12 danificadas (quatro no Paraná, duas em São Paulo e seis em Rondônia).

O coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos, enviou, na terça-feira, ofício ao diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Neto, no qual solicita informações e eventuais elementos de prova sobre os casos.

No âmbito da 1ª instância, já há duas investigações em curso. No Paraná, foi aberto inquérito policial para apurar a derrubada de uma torre de transmissão no interior do estado. Em Rondônia, o MPF instaurou uma notícia de fato para apurar ocorrências nos municípios de Rolim de Moura, Itapuã do Oeste e Vilhena, cidades com forte presença de madeireiros e garimpeiros.

Na terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com representantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Aneel e das empresas de transmissão. Após o encontro, Silveira disse que os atos terroristas terão “resposta e punição rigorosas”. “O que podemos dizer é que, pelo fato de vários eventos convergirem, nós entendemos, por bem, sermos proativos e nos adiantarmos a possíveis problemas mais graves, usando todos os instrumentos de vigilância que o Estado possui”, acrescentou. (LP)