Título: Investimento no futuro
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 03/12/2005, País, p. A5
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o vice-governador, Cláudio Lembo (PFL), recusaram o reajuste salarial de 16,5% aprovado pela Assembléia Legislativa ontem. Alckmin, um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República, disse que o aumento foi uma iniciativa da própria Assembléia e que ele foi contrário ao reajuste. Por sugestão do tucano, deputados incluíram no projeto aprovado um dispositivo que permite ao governador e ao vice-governador abrirem mão do aumento de seus salários.
- Não há hipótese de eu aceitar esse aumento. Vou comunicar à Assembléia, como faculta a lei, que abro mão do reajuste do salário do governador - disse Alckmin. Com o reajuste, o salário do governador saltaria de R$ 12.720 para R$ 14.800 a partir do próximo ano. O salário do governador é o teto para o Poder Executivo.
Ao aprovar o reajuste, os deputados recorreram a uma emenda à Constituição estadual, publicada no Diário Oficial em 23 de abril deste ano. Antes da alteração, o reajuste dos subsídios era feito uma vez a cada quatro anos, sempre antes que os novos eleitos assumissem os cargos. Agora, a Mesa Diretora da Assembléia pode apresentar, todos os anos, projeto de lei para fixar o salário dos servidores.
A intenção inicial dos deputados estaduais era equiparar o salário do governador aos R$ 17.200 recebidos pelos desembargadores do Tribunal de Justiça. Depois, a Assembléia fechou acordo em torno do valor de R$ 14.800. O governador tinha criticado, no final do ano passado, a hipótese de reajuste quando a emenda entrasse em vigor e avisou que não aceitaria o reajuste.