Título: Palocci crê em sucesso na Rodada Doha
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 04/12/2005, País, p. A5

LONDRES - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, se mostrou otimista ontem, após encontro com dirigentes dos países que compõem do G7, grupo dos países mais ricos do mundo, em relação às negociações da Rodada Doha, que terá novo round no próximo dia 12 deste mês, em Hong Kong. De acordo com Palocci, houve um relaxamento por parte de Estados Unidos e União Européia no que diz respeito aos cortes dos subsídios existentes na área agrícola. O ministro brasileiro reafirmou ontem aos líderes do G7 a disposição do país em reduzir as tarifas para os produtos industriais e em promover maior abertura na área de serviços. Segundo Palocci, esta mudança na postura brasileira depende apenas de EUA e UE, que devem avançar ''de maneira substancial em agricultura, marcando data para eliminar os subsídios às exportações e reduzindo o número de produtos sensíveis que eles apresentam''. - Os EUA, que até Cancún (na última conferência da Rodada Doha, em 2003) tinham uma posição muito fechada, começaram a se mover em torno da proposta de abertura na agricultura. O secretário do Tesouro John Snow deu um forte apoio à declaração do Brasil, o Reino Unido deu um claro apoio, o Canadá, a Itália também - afirmou Palocci. O ministro, no entanto, demonstrou preocupação com a França, que não demonstra a mesma disposição em relação ao corte de subsídios. A contrapartida brasileira se baseia na redefinição do cálculo das tarifas industriais e em abertura em serviços, inclusive o setor de resseguros, ainda estatal. Até agora, a proposta da UE para a questão agrícola prevê baixo corte de tarifas (sugerem queda de 40%, e os emergentes pedem de 54%), e um alto número de produtos que não podem ter alíquotas reduzidas.