Valor Econômico, v. 20, n. 4977, 08/04/2020. Brasil, p. A2

Novos casos da doença no país têm alta de 70%

Rafael Bitencourt
Murillo Camarotto
Fabio Murakawa


Com 667 mortes e 13.717 infectados pelo novo coronavírus no país, o Ministério da Saúde informou que o governo brasileiro já investiu R$ 7,6 bilhões no enfrentamento da pandemia. Entraram na conta R$ 1,5 bilhão para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), R$ 1,4 bilhão para a contratação emergencial de 5 mil médicos e outros R$ 2 bilhões para a compra de respiradores pulmonares de fabricantes nacionais e chineses.

Somente ontem, foram 114 novos óbitos e 1.661 novos casos confirmados da covid-19. Na segunda-feira, haviam 67 novas mortes e 926 confirmações de casos atualizados da doença. As altas foram de 70,1% e 79,4%, respectivamente, em relação ao dia anterior.

O Estado de São Paulo registrou o aumento de 4.866 para 5.682 pessoas infectadas pelo vírus, seguido do Rio de Janeiro (1.688 pacientes), do Ceará (1.051), do Amazonas (636), de Minas Gerais (555), do Rio Grande do Sul (508), do Paraná (503) e do Distrito Federal (492).

Até agora, somente Tocantins não registrou óbito pela covid-19. São Paulo também lidera a lista de Estados com mortes, totalizando 371. Em seguida, estão Rio de Janeiro (89), Pernambuco (34), Ceará (31), Amazonas (23), Paraná (15), Distrito Federal (12), Bahia (12), Minas Gerais (11), Santa Catarina (11), Rio Grande do Sul (8), Rio Grande do Norte (8), Espírito Santo (6), Goiás (5) e Pará (5).

Ontem, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, voltou a dizer que será preciso ter pelos menos 50% da população em contato com o vírus para atingir a imunidade necessária para estabilizar a transmissão e, só então, começar a diminuir o número de casos.

Gabbardo reforçou que cada cidade terá um ritmo próprio de evolução da pandemia, e que as medidas de isolamento devem ser adotadas com base nas informações de disponibilidade de leitos de UTI e características locais.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que será disponibilizada uma “calculadora” para cada gestor “prever os seus cenários”. “Isso vai servir para disparar alarmes. Teremos uma atenção maior em um determinado local e um determinado período”, disse Gabbardo.