Correio Braziliense, n. 21864, 26/01/2023. Política, p. 2

Saída antecipada de chefe do BGP

Victor Correia


O comando do Exército antecipou a exoneração do tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora da chefia do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), órgão responsável pela segurança dos prédios ligados à Presidência da República, como os Palácios do Planalto e da Alvorada.

A saída de Fernandes da Hora estava acertada desde o começo do ano passado, mas foi antecipada após a primeira reunião do novo comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, com outros generais quatro estrelas, na terça-feira. O coronel deve deixar o cargo amanhã e assumir um posto no Estado-Maior do Comando Militar do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à atuação dos militares nos atos terroristas em 8 de janeiro, especialmente em relação ao BGP. O chefe do Executivo acredita que integrantes do Batalhão facilitaram a entrada dos golpistas no Planalto.

Além disso, o coronel Fernandes da Hora aparece em uma filmagem discutindo com policiais militares e dificultando a prisão dos extremistas que depredaram o prédio público.

O substituto no comando do Batalhão da Guarda Presidencial, segundo membros do governo, será o tenente-coronel Nélio Moura Bertolino.

Também ontem, 11 exonerações de militares foram publicadas na edição do Diário Oficial da União, sendo nove da Vice-Presidência e duas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Os despachos da Vice-Presidência foram assinados pelo chefe de gabinete, Pedro Henrique Giocondo Guerra. Ao todo, as nove exonerações ocorreram no Departamento de Administração e Finanças, na Assessoria Militar, na Ajudância de Ordens e na Diretoria de Administração do órgão, chefiado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin (PSB).

Já no GSI, as duas dispensas foram no Departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e no Departamento de Gestão da Secretaria-Executiva. Até o momento, foram mais de 150 dispensas no Planalto, sendo a maioria de praças, ou seja, de baixa patente.

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