Correio Braziliense, n. 21864, 26/01/2023. Política, p. 5

Pacheco ganha mais apoio para reeleição

Kelly Hekally
Especial para o Correio


Em reunião, ontem, MDB, PSD e União Brasil decidiram que estarão juntos no bloco que visa reconduzir o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência da Casa. Com 10 parlamentares cada, MDB e PSD votarão em peso no político eleito por Minas Gerais. Já o União Brasil, com 12 integrantes, ainda discute quantos vão aderir ao apoio, conforme afirmaram fontes das legendas ouvidas pelo Correio após encontro em que estiveram presentes os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso; Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado; Renan Calheiros (MDB-AL); e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).  

Parte do PL também vai aderir à candidatura de Pacheco. Dos 13 membros do partido na Casa, de cinco a sete devem fechar com o parlamentar.   

As investidas de Pacheco para permanecer no comando do Congresso estão em processo decisivo e ganhando nova estratégia. O senador — que, apesar do recesso parlamentar, está em Brasília — tem recebido aliados na residência oficial da Casa, nos últimos dias, para consolidar uma costura que o renove no posto mais poderoso do Legislativo.

A eleição será em 1º de fevereiro, com votação secreta. Será declarado vencedor quem chegar a pelo menos 41 votos. O grupo da situação trabalha com a expectativa de alcançar um número mínimo de 55 dos 81 votantes. Também estão na disputa Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Podemos-CE). As três candidaturas não foram apresentadas formalmente.  

Considerando os votos que Pacheco terá de legendas simpatizantes, caso os partidos votem blocados por sua recondução, o parlamentar terá 38 ou 39. O PDT, com três senadores, foi o primeiro a declarar apoio ao atual Presidente do Senado. O Podemos perdeu Jorge Kajuru (GO), que foi para o PSB e pode ser seguido por outros da legenda. Diferentemente de deputados federais, senadores podem trocar de sigla fora da janela partidária sem perder o mandato.  

Também está sendo discutida, para a composição da Mesa Diretora e de comissões, uma possível mudança do modelo vigente nos pleitos, em que, do grupo derrotado para a presidência, podem sair nomes para os cargos de vice, secretaria, suplência e presidências das comissões. Atualmente, o MDB é titular da primeira vice-presidência.

A alteração forçaria a tendência de votos no candidato com maiores possibilidades de vitória. Envoltos na discussão estão também o cenário político nacional, sobretudo após o 8 de janeiro, e as eleições municipais a serem realizadas em 2024.  

O PP é outra sigla que deve rachar, em razão de acordos que buscam a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, trabalha para garantir a vitória de Pacheco.

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