Título: Consumidor precisa ter antivírus
Autor: Cristiane Crelier
Fonte: Jornal do Brasil, 05/12/2005, Economia & Negócios, p. A17

Na questão da segurança dos dados fornecidos através da internet, a Justiça começa a se pronunciar contra o consumidor. A empresa que vende o produto tem que oferecer o máximo de segurança, mas o cliente, ao comprar sem sair de casa, também é responsável por fazer sua parte. Na semana passada, a 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em decisão inédita, entendeu que o usuário da internet deve tomar precauções na navegação, como utilização de programas anti-vírus, sob pena de estar agindo com negligência na inserção de vírus em seus próprios equipamentos, facilitando a ação de hackers.

- O internauta tem que zelar pela segurança de suas informações e não apenas a empresa para quem ele está fornecendo seus dados - alerta Renato Opice Blum.

O especialista dá dicas para identificar sites não idôneos e evitar ser vítima de golpes.

- Se não for um site de loja conhecida ou que a pessoa, amigo ou familiar já tenha utilizado, o consumidor deve averiguar se a empresa possui endereço físico e se não existem reclamações no Procon. Outra dica é checar se o site possui cadeado amarelo no canto inferior direito da tela.

Cid Torquato, diretor executivo da Camara-e.net - que criou uma cartilha para o consumidor de internet - acrescenta que deve ser dada preferência às empresas mais conhecidas do grande público.

- Se a pessoa for comprar de empresas menores, deve procurar as que ficam em localidades próximas, para que seja possível verificar a existência do endereço físico.

O Buscapé foi acusado de negligência por consumidores lesados por golpes na internet por lojas encontradas através do site. Apesar de não ser responsável pelos resultados da busca de preços, as reclamações incomodaram e a empresa decidiu adotar também métodos para resguardar os consumidores virtuais.

- Agora temos o selo Empresa Reconhecida, dado a lojas com boas práticas de comércio eletrônico - diz Daniel Cabral, gerente de produto. (C.C.)