Título: Rede facilita a aproximação
Autor: Cristiane Madeira
Fonte: Jornal do Brasil, 05/12/2005, Brasília, p. D3

Os hotéis do Distrito Federal facilitam a entrada das moças, contanto que seja pago adicional por despesas de casal e a prostitutas se identifiquem. Ainda de acordo com o jornalista, existe uma ampla toda comprometida com o esquema de prostituição do Setor Hoteleiro. - Se o hóspede chega à noite, já percebe que o hotel é localizado numa área suscetível a programas sexuais. Um caminho que usa, então, é pedir informação aos seguranças do hotel ou alguém da recepção. Dependendo da conversa, os chamados mensageiros fazem a intermediação do programa - explica Sérgio Maggio, o autor da tese.

A prostituta Iandra, 18 anos, confirmou em entrevista que existe um vínculo de amizade entre ela e os mensageiros.

- Quando a garota é gente boa e não arma confusão, do tipo roubar o hóspede e fazer escândalo, os meninos sempre chamam. Se chega um cliente querendo alguma de nós ele vem aqui e arma o programa com a gente - conta.

Iandra diz que faz de quatro a cinco programas por noite, e que metade dos clientes são homens de fora da cidade hospedados nos hotéis.

- O pessoal de fora trata a gente melhor e também paga mais caro. Os hotéis não encrencam. É só deixar identidade e às vezes CPF na recepção. A preocupação deles é com a possibilidade de que a garota seja menor de idade- explica.

Uma outra garota que faz programa no mesmo ponto de Iandra diz que a maioria dos clientes, no caso dela, são homens da cidade.

- Os hóspedes são melhores, mas atendo mais gente de Brasília. Estou aqui há um ano e não vejo acontecer muito de mensageiro de hotel vir chamar a gente para atender um cliente. Mas quando é o próprio hóspede que nos procura, o hotel só cobra uma taxa e pede a identidade - revela Fernanda, 21 anos.

Zonas separadas - A pesquisa de Maggio também aponta que a maioria das moças do setor hoteleiro completou o Ensino Médio completo ou faz faculdade. Elas são mais bem vestidas e discretas. Prova disso, segundo o jornalista, são as prostitutas que frequentam o lobby de um hotel cinco estrelas da região.

O lugar é frequentado majoritariamente por turistas e as mulheres são selecionadas. Teoricamente, elas deveriam pagar uma consumação, mas na prática, diz Maggio, não pagam.

Os encontros começam ali. Entre drinks e olhares, as moças esperam um sinal para fazer a aproximação. Apesar de estar dentro do hotel, o bar é sublocado.