Título: Renan defende candidato próprio
Autor: Rodrigo Camarão
Fonte: Jornal do Brasil, 06/12/2005, País, p. A3

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem ¿ em visita à Câmara Municipal do Rio, onde recebeu a Medalha Pedro Ernesto ¿ que a aliança do PFL com o PSDB é previsível e negou que isso obrigue o PMDB e o PT a somarem forças para enfrentá-los em 2006. ¿ Esse apoio do Cesar Maia ao PSDB era esperado. Absolutamente nada vai retirar o PMDB da candidatura própria. As pessoas tentam confundir a candidatura própria com a governabilidade. Não há conexão ¿ reforçou Renan, que foi homenageado na companhia do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Apesar de as prévias para escolha do candidato do PMDB à Presidência já estarem marcadas para o dia 5 de março, o senador defendeu a prorrogação da data, para permitir ¿igualdade de condições¿.

Segundo Renan, a data prejudicaria os pré-candidatos que devem se desincompatibilizar, caso dos governadores e até do presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim. A data ideal das prévias, para ele, seria a última semana de março, com as inscrições sendo permitidas até uma semana antes do encontro.

¿ Essa prévia como está marcada precipita, antecipa e exclui algumas pessoas que gostariam de participar ¿ defendeu.

Renan voltou a demonstrar no ato de ontem que não é favorável à candidatura do secretário de Governo do Estado, Anthony Garotinho, à Presidência da República. O ex-governador não compareceu ao evento.

¿ O PMDB administra um quadro de excesso de bons nomes. Mais do que um nome, eu defendo um perfil. Alguém que possa unir o partido, que tenha um plano de desenvolvimento, que possa atrair esse segmento que deixou a candidatura do presidente Lula, mas que ainda não aportou em candidatura nenhuma. O Jarbas Vasconcelos tem o perfil ideal ¿ completou.

Renan preferiu não responder se o ex-governador Garotinho teria a capacidade de unir o partido. Há cerca de um mês, o ex-governador, que é presidente estadual da legenda, enfrentou uma crise interna em função de um racha com o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.

Ontem, no entanto, Picciani voltou a defender a candidatura de Garotinho.

¿ Renan sabe que eu e o senador Sérgio Cabral apoiamos a candidatura de Garotinho ¿ defendeu o presidente da Alerj.

Ao citar outros possíveis nomes para serem candidatos à Presidência, Renan lembrou os governadores do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto; do ex-governador Garotinho, e, por fim, aventou a possibilidade do presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, se desincompatibilizar do cargo em março e ser uma alternativa para o partido.

Mesmo com declarações feitas por peemedebistas em favor da candidatura própria, o partido deve voltar a receber convites de alianças. Ainda ontem, o primeiro-secretário nacional do PSDB, senador Leonel Pavan (SC), elogiou o partido.

¿ O mais importante neste momento é tentar fazer uma aliança com o PMDB. O PMDB não tem um nome forte, mas tem uma base partidária.