Título: Recesso também gera disputa
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Fonte: Jornal do Brasil, 07/12/2005, País, p. A2

Governo e oposição travam mais uma disputa no Congresso, desta vez sobre o recesso parlamentar. O PT e legendas aliadas defendem o recesso no início do ano, enquanto PFL e PSDB são favoráveis à convocação extraordinária do Congresso.

A oposição não quer interromper a crise e e por isso quer que os trabalhos de investigação das CPIs e o julgamento dos processos de quebra de decoro no Conselho de Ética continuem em curso.

A apuração de irregularidades e as votações de cassação justificariam o desgaste de trabalhar no período.

- Há dois caminhos: ou páram os processos no meio do caminho ou se faz a convocação extraordinária. Acho que, no primeiro caso, o ônus será menor -, avalia o líder da minoria da Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).

Mas os partidos aliados ao Palácio do Planalto recusam a proposta. Argumentam que são contra a prorrogação das atividades legislativas porque a opinião pública não compreenderia o pagamento adicional de salários a um Congresso com imagem desgastada após o escândalo do mensalão. Nos bastidores, parlamentares, inclusive governistas, comentam que esse posicionamento reflete o interesse de usar os 45 dias de Congresso vazio para baixar a poeira da crise.

Interessado em manter funcionando o Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), pediu à sua assessoria que elabore uma alternativa para que o conselho funcione mesmo sem a necessidade de uma convocação extraordinária para o período de recesso, que vai de 23 de dezembro até 15 de fevereiro. A vantagem seria a eliminação de despesas extras que seriam necessárias com a convocação. Para isso, no entanto será necessário mudar o regimento interno.

Com agências