Título: Investigados em outros esquemas
Autor: Juliana Rocha
Fonte: Jornal do Brasil, 07/12/2005, País, p. A5

Os advogados Chaim Zalcberg, preso ontem, e Antonio Wanis Filho, foragido, não são acusados pela primeira vez de participação em esquema de evasão de divisas. Os nomes aparecem nas investigações do Propinoduto, do Banestado e do Esquema PC Farias.

Chaim foi um dos acusados de ajudar a remeter ilegalmente para a Suíça os US$ 33,4 milhões do Propinoduto. O dinheiro até hoje não voltou para o Brasil. O processo corre em 2ª instância do Tribunal Regional Federal.

A Polícia Federal resolveu retomar em junho deste ano as investigações conhecidas como ''inquérito-filhote'' resgatando as informações levantadas durante a apuração de corrupção dos servidores públicos e fiscais do estado do Rio. Na época, os policiais federais indicaram a instauração posterior de um inquérito ''para apurar a sistemática da compra de imóveis por parte das empresas off-shore e nacionais'' das quais Chaim e Wanis participavam como procuradores ou sócios.

Chaim Zalcberg aparecia na investigação do Propinoduto como sócio da Tradinvest, corretora de investimentos no exterior que controlava a Coplac, representante do Discount Bank no Brasil, onde fiscais do Propinoduto depositaram o dinheiro. O banco suíço era representado no Brasil por Herry Rosenberg e Ronaldo Adler.

O advogado também era procurador da Companhia Inversora Pref., que tinha como sócio Favel Bergman Vianna, doleiro assassinado em março de 2003. Ele foi sócio de Chaim também na Platina Comércio de Importação e Exportação. A empresa era registrada no mesmo endereço da Belle Tours Viagem, investigada por participação no esquema PC Farias.

Já Antonio Wanis Filho, além de sócio da Zalcberg Advocacia, aparecia na lista de inquérito do caso do Banco do Estado do Pará (Banestado), em que a Polícia Federal investigou a saída ilegal de US$ 30 bilhões do país. Ele usou uma conta do Banestado em Nova York para enviar US$ 1 milhão para a Depolo Corporation, empresa do doleiro Dario Messer, outro acusado de participar do Propinoduto.

Nenhum dos acusados do Propinoduto está preso. São eles Rodrigo Silveirinha Corrêa, Carlos Eduardo Pereira Ramos, Lúcio Manoel Picanço, Rômulo Gonçalves, Amaury Franklin Nogueira, Axel Ripol Hamer, Hélio Lucena Rmos da Silva e Sérgio Jacome de Lucena. (J.R.)