Título: O depoimento
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/12/2005, País, p. A2

Pagamentos antecipados Questionado pelo senador César Borges (PFL-BA) sobre a participação do ex-ministro Luiz Gushiken no suposto esquema envolvendo a Visanet, o Banco do Brasil e as empresas de Marcos Valério, Henrique Pizzolato acabou envolvendo o chefe da Secom. Segundo ele, Gushiken afirmou que ¿não havia problemas¿ em fazer pagamento antecipados pelo serviço publicitário. ¿A última instância decisória era Gushiken. O ex-ministro disse: assina, não há nada de inconveniente¿.

Recursos da Visanet

Pizzolato declarou que os recursos da empresa Visanet não faziam parte do orçamento do Banco do Brasil (BB) e, por isso, não eram contabilizados na sua diretoria. O ex-diretor de marketing contou que a DNA detinha uma conta no BB desde 2001 e que os pagamentos eram feitos diretamente da Visanet para a agência para evitar a dupla tributação que haveria se os recursos fossem repassados ao BB. ¿Eu fui informado de que essa operação estava respaldada por pareceres jurídicos¿.

Entrevista

O ex-diretor de Marketing disse que ¿não confirma¿ a entrevista publicada pela revista IstoÉ Dinheiro, na qual ele admite ter dado autorização para o pagamento da agência DNA diretamente pela Visanet. Segundo ele, o jornalista ligou ¿insistentemente¿ e em uma das vezes, quando disse que tinha dados para checar com o ex-diretor do BB, ele respondeu a algumas perguntas específicas. ¿Pedi explicitamente que não fosse publicado nada, porque eu não estava falando com a imprensa¿.

Novos nomes

três diretores do Banco do Brasil que teriam levado a autorização para que ele assinasse: o vice-presidente de Varejo, Fernando Barbosa; o gerente de Cartões de Crédito, Douglas Macedo; e o gerente de Propaganda, Cláudio Vasconcelos. Ele informou ainda que o Banco do Brasil tinha três conselheiros na Visanet: o então presidente Cássio Casseb, o diretor Fernando Barbosa e Edson Monteiro.

Inocente útil

Pizzolato reclamou da perseguição que vem sofrendo e disse que se considera um bode expiatório. ¿Fui inocente útil. Tudo indica que fui usado¿, complementou, referindo-se às acusações de que teria repassado, ilicitamente, recursos da Visanet à DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza.