Título: Assessor de Lula nega autorização
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Fonte: Jornal do Brasil, 08/12/2005, País, p. A2

O chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken, negou ontem, através de nota, que tenha autorizado o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato a assinar documento antecipando R$ 23 milhões à agência DNA, do empresário Marcos Valério.

-Afirmo, de forma cabal e peremptória, que jamais sugeri, jamais soube ou tomei qualquer decisão sobre antecipação de recursos para a DNA ou qualquer outra agência de publicidade, sejam financiados, ou não, por recursos da Visanet ou de qualquer outra empresa coligada do Banco do Brasil.

Gushiken diz que a orientação da Secretaria de Comunicação (Secom) foi a de que as campanhas de publicidade que tivessem a marca do Banco do Brasil ou de outra estatal federal fossem encaminhadas à Secom para serem autorizadas. A ordem era ''assegurar a unidade da comunicação'' do governo federal, diz na nota.

Num dos trechos do depoimento, Pizzolato afirmou que foi linchado sem comprovação e prefere ''ser torturado em um pau-de-arara do que passar por esse processo de tortura constante''.

-Fui inocente útil. Tudo indica que fui usado - complementou, referindo-se às acusações de que teria repassado, ilicitamente, recursos da Visanet à agência de publicidade DNA, do empresário Marcos Valério.

Pizzolato disse ter a consciência tranqüila, pois não cometeu ''nenhum ato que desabonasse'' seus 31 anos de BB. Ele acrescentou ainda que não se considera traidor do PT, e que diria isso nos olhos do presidente Lula.