Título: Negociação fracassou
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/12/2005, País, p. A4

Desde a semana passada, Ricardo Izar vinha negociando com Aldo Rebelo a possibilidade de o conselho funcionar durante o recesso parlamentar ¿ que começa em 15 de dezembro e termina em 15 de fevereiro. Mas a tentativa fracassou, uma vez que as assessorias técnicas detectaram problemas legais e regimentais. ¿ Parece que não vai haver autoconvocação. Só aconteceria se houvesse um acordo com todos os líderes partidários ¿ disse Izar.

Apesar de desistir de apreciar relatórios para cassação, o presidente do conselho afirmou que o órgão ¿continuará trabalhando no mesmo ritmo¿ até o início do recesso.

Para que os processos não sofressem atraso, seria necessário fazer a convocação extraordinária do Congresso. Na prática, seria apenas para o conselho trabalhar, uma vez que nenhum projeto importante seria votado.

¿ Seria um desastre para a imagem da Câmara ¿ diz um líder governista. Um problema ligado ao funcionamento do conselho ¿ enquanto o restante da Câmara tira folg ¿ foi identificado pela assessoria de Aldo: seria a impossibilidade de deputados processados apresentarem recursos à Comissão de Constituição e Justiça ou ao Plenário -uma vez que essas instâncias não estarão trabalhando. Além disso, há uma questão conceitual: estarão sendo mudadas as regras no meio do processo, o que pode levar a contestações judiciais, algo que Aldo, após a batalha judicial para cassar José Dirceu (PT-SP), quer evitar.

Os onze processos que devem ficar para o próximo ano são os dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), João Magno (PT-MG), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP).