Título: Suspeito de assassinato confessa crime
Autor: Cristiane Madeira
Fonte: Jornal do Brasil, 08/12/2005, Brasília, p. D3

Escoltado por três advogados, João Xavier Ribeiro, 50 anos, se entregou ontem à polícia. Ele confessou ao delegado-chefe da 1ª DP, Antônio Cavalheiro, ter matado, na última sexta-feira, o professor do IESB, Elídio José de Oliveira Gonçalves, 51 anos, e atirado contra a própria esposa, Roseni Miranda Ribeiro, 37 anos, no estacionamento da faculdade. Abatido, João Xavier não quis falar sobre o caso. O advogado dele, João Calmon, contou que o cliente atirou no professor e na esposa depois de ver os dois aos beijos dentro do carro dela. De acordo com a versão do advogado, Xavier abriu a porta do carro de Roseni enquanto ela ainda estava abraçada ao professor.

- Ela riu na cara dele e os três começaram a discutir. O professor ainda o xingou com palavras de baixo calão. O somatório de ofensas foi tão grande que ele foi obrigado a fazer o que fez. No calor da situação, acabou atirando para todos os lados. Mas está completamente arrependido - disse Calmon.

O delegado diz que o caso já está resolvido.

- Xavier se apresentou espontaneamente, assumiu o que fez e os motivos. Ele vai para o Centro de Detenção Provisória onde ficará à disposição da Justiça - esclareceu Cavalheiro.

João Xavier estava foragido há cinco dias. Pela versão do advogado, o assistente parlamentar ficou desnorteado depois de atirar nos dois.

- Ele saiu dirigindo totalmente sem rumo. Acabou parando em Patos de Minas, onde ficou todos esses dias - disse Calmon.

A arma do crime, um revólver calibre 38, foi jogada dentro de um rio lá em Minas Gerais. A polícia ainda vai investigar esse detalhe. A defesa afirma que Xavier, apesar de não ter porte de arma, sempre andava com o revólver porque viajava muito a trabalho pelo interior do país. Por essa tese, os advogados querem provar que o crime não foi premeditado. A defesa pretende sustentar, ainda, o argumento de legítima defesa moral.

- Vamos provar que o comportamento de Roseli nos últimos tempos era extremamente ofensivos e inadequados - afirmou Calmon.

Xavier poderá pegar de 6 a 20 anos de prisão pelo homicídio e tentativa.