Correio Braziliense, n. 21878, 09/02/2023. Política, p. 4
Para a infâmia não se repetir
Taísa Medeiros
Henrique Lessa
Ao completar 30 dias da tentativa de golpe de Estado, com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por terroristas bolsonaristas, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltaram a criticar, ontem, a afronta dos vândalos ao Estado Democrático de Direito. Em sessões distintas, e antes do começo dos trabalhos do Judiciário e do Legislativo, mais uma vez deixaram claro que as instituições de Estado alcançarão todos os envolvidos no episódio.
“Completa-se um mês da criminosa invasão da sede desta Suprema Corte, ocorrida em 8 de janeiro último, data que será sempre lembrada, para que nunca mais se repita”, avisou a ministra.
Segundo Rosa Weber, “a manutenção dos trabalhos institucionais, nesta mesma sede histórica, neste mesmo plenário reconstituído, a despeito da agressão desprezível de 8 de janeiro, paralelamente às ações destinadas a reparar os danos causados ao patrimônio público e a promover a responsabilização dos seus agentes, é a resposta fundamental que se impunha, sem qualquer hesitação, aos atos de violência contra as instituições democráticas, e essa resposta está dada”.
Mais uma vez a ministra alertou que o STF não se desviará da vigilância da defesa da Constituição e da ordem institucional. E registrou que os golpistas saíram fragorosamente derrotados, uma vez que o repúdio da maioria da sociedade ao golpismo criou uma “comunhão nacional” em torno dos princípios democráticos.
Responsabilidades
Por sua vez, Rodrigo Pacheco responsabilizou “uma minoria inconformada com o resultado eleitoral” pelo vandalismo de 8 de janeiro. “A resposta das instituições foi célere e firme. No dia seguinte aos atentados, em reunião inédita e histórica, realizada em caráter emergencial, os chefes de Poderes e os representantes dos estados brasileiros vieram a Brasília demonstrar solidariedade e união. A reunião de forças demonstrou a resiliência da democracia”, lembrou.
O presidente do Congresso reiterou que não haverá perdão para os envolvidos na tentativa de golpe. “As instituições brasileiras não se eximirão de investigar e punir exemplarmente todos os criminosos envolvidos, direta ou indiretamente, naquela barbaridade. A violência dessa minoria antidemocrática não representa o povo brasileiro, nem a vontade do povo brasileiro”, frisou.
Pacheco anunciou que o Senado fez diversas mudanças para reforçar a segurança, além de ter ajudado na identificação dos criminosos para auxiliar na denúncia que o Ministério Público Federal apresentará. Segundo o senador, a Advocacia do Senado representou contra mais de 39 pessoas junto à Procuradoria Geral da República (PGR).
“Estamos reforçando a capacitação da nossa Polícia Legislativa para coibir e conter outras tentativas (de vandalismo)”, salientou. Pacheco destacou, ainda, o trabalho dos servidores para a recuperação das instalações e restabelecimento das condições de trabalho.
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